Em
sessão tumultuada, vereadores rejeitam pedido de afastamento do prefeito
Everaldo Vidal por não haver nada que inviabilize sua permanência à frente do
governo local. Vereadores de oposição ainda amargaram, além da derrota, seis
pedidos de investigação no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar.
Novo Gama – O clima esquentou nessa quarta-feira (26), na Câmara Municipal, entre os vereadores da base aliada e os de oposição. Tudo começou quando os vereadores da base aliada rejeitaram por maioria de votos (9), o requerimento pedindo o afastamento do prefeito de suas funções, tendo em vista a denúncia de supostas irregularidades no pregão nº 006/2013, que culminou no processo nº 001834/2013, pelo TCM.
Da reação
Durante a sessão e após a rejeição do pedido de afastamento do prefeito, foram impetrados seis pedidos para que fossem abertos processos administrativos por quebra de decoro parlamentar aos vereadores Elias Conrado, Valdson da Educação e Ilma do Baduca. Nos pedidos foram expostos vários quesitos que comprometem a imagem pública dos vereadores e podem levar a cassação de seus mandatos.
Com relação ao vereador Elias Conrado, foram apresentados três requerimentos. Um por racismo e homofobia, onde, segundo o documento, o vereador teria usado a Tribuna da Câmara para denegrir a imagem do presidente de uma instituição religiosa. No segundo, Conrado é citado por ferir a imagem de um jornalista e de sua empresa, expondo sua imagem particular a um julgamento público, uma vez que este possui restrição judicial particular. Na terceira, Elias é citado por nove vereadores por calúnia e difamação, uma vez que disse que os vereadores estariam “comprados” pelo Prefeito da cidade. Em sua prévia defesa, o vereador voltou a sustentar tais atitudes, dizendo que “Não retiraria nenhum de seus comentários e que nada naquela Casa o intimidaria”.
Para justificar os requerimentos apresentados pelos vereadores, um dos vereadores oposicionistas colocou em xeque a credibilidade dos demais vereadores, reafirmando o que disse anteriormente, de que os vereadores da base aliada ao governo, eram todos “comprados pela atual gestão”.
De acordo com a presidência da Câmara, todos os pedidos serão encaminhados para a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar para que sejam analisados e posteriormente, se forem julgados procedentes os pedidos, serão abertos os processos de cassação dos mandatos dos citados vereadores.
Do público
Centenas de pessoas ocuparam o plenário para assistir a sessão que por várias vezes, teve a intervenção do presidente da Casa Narciso Pereira, para que os ânimos fossem acalmados toda vez que um vereador oposicionista tomava a palavra. Todavia, os manifestantes sempre que interpelados pela presidência, diminuíam o tom da manifestação para que fossem explanados os comentários dos parlamentares.
Os manifestantes gritavam palavras de ordem, cobrando explicações dos atos dos vereadores que foram alvos dos requerimentos para abertura dos processos na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar. De acordo com José Maria de Mendonça, a Câmara tem que tomar as providências contra os vereadores citados imediatamente. “Não é possível que vamos presenciar tais fatos e eles não vão fazer nada. Os vereadores não estão acima das leis, porém tem que fazer com que elas sejam cumpridas e se os pedidos forem pertinentes, que sejam cassados tais mandatos”, disse.
Com relação a rejeição do pedido de afastamento do prefeito de suas funções, Mendonça foi enfático. “Eu acho pertinente, pois, só podem tomar qualquer providência contra o refeito, após o levantamento e se houver irregularidades, esse tem que assumir e ser punido, agora, se for provado o contrário, os autores das denúncias caluniosas tem que pagar pelos seus feitos”, completou.