A maioria dos 24 deputados da Câmara Legislativa acreditava que poderia votar a toque de caixa o famigerado projeto do governo que saqueia o dinheiro do Iprev. No entanto, no caminho havia uma multidão de servidores e uma liminar da justiça. Eles tremeram de medo. |
Os dois mil e 500 servidores públicos, segundo cálculos da Policia Militar, que se concentraram na tarde desta terça-feira (05), na porta da Câmara legislativa, foi um recado direto aos 24 deputados distritais de que votar a favor do Projeto de Lei Complementar n°122, que autoriza o governador Rodrigo Rollemberg meter a mão no dinheiro das aposentadorias dos funcionários do GDF, pode representar a não reeleição de muitos deles em 2018
A proposta de autoria do governador Rodrigo Rollemberg, a qual falta apenas ser aprovada pela Câmara Legislativa, pauta que foi suspensa ontem por uma decisão proferida pela justiça, tem o objetivo de dar poderes ao governo de utilizar o dinheiro do Iprev para outros gastos, inclusive para fazer caixa de campanha eleitoral do governo socialista, como acusa as entidades representativas dos servidores.
A proposta também limita a aposentadoria dos servidores ao teto do Instituto Nacional do Seguro Social (R$ 5,5 mil). Para aumentar esse montante, os trabalhadores precisariam contribuir para a previdência complementar.
A maioria dos 24 deputados distritais acreditava que poderia votar a toque de caixa o famigerado projeto do governo que saqueia o dinheiro do Iprev. No entanto, no caminho tinha uma multidão de servidores e uma liminar da justiça. A maioria tremeu de medo.
Alguns distritais governistas, a exemplo do deputado Joe Valle, presidente da CLDF, aderiram a tese da oposição de que o projeto tem que ser debatido dentro do prazo regulamentar e que os servidores públicos sejam ouvidos por meio de audiências públicas.
O distrital que mais chiou com a suspensão da pauta foi o líder do governo Agaciel Maia (PR). Ele afirmou que se o projeto de Rollemberg não for aprovado, a cidade, segundo ele, pode se preparar para ver greve de terceirizados e de servidores.
O PLC n°122 foi enviado pelo Executivo na última semana de agosto com a ameaça de que, não aprovado pela CLDF, os salários dos servidores poderiam ser parcelados por falta de dinheiro.
Rollemberg chegou a tocar terror ao anunciar que quem ganhasse acima de R$ 7,5 mil poderia receber em duas vezes e que a medida afetaria em torno de 45 mil servidores e que isso só não aconteceria se a Câmara Legislativa aprovar o PLC 122.
O entanto, o risco passou porque o governo federal transferiu para o tesouro do DF o montante de R$ 265.613.582,72, referentes a contribuições providenciarias que estavam retidas na União.
As entidades representativas dos servidores públicos exigem que a proposta seja melhor discutida. A presidente do Sindsaúde, Marli Rodrigues, disse que o governador Rodrigo Rollemberg tem a mania de destruir tudo. “Temos que impedir que ele bote a mão no dinheiro das aposentadorias e destrua o Iprev”, afirmou ao Radar.
Marli Rodrigues afirmou que o presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle e os deputados de oposição estão certos, ao defenderem que é preciso discutir melhor esse projeto, suprimir alguns pontos que prejudica os servidores e acrescentar outros, preservar o IPREV.
“Esse sujeito pratica a política da terra arrasada para negociar o que não lhe pertence. Transformou a saúde em um caos, deixando que milhares de pessoas sangrassem nas filas dos hospitais e outras indo a óbitos, para entregar o Hospital de Base a uma Organização social de caráter privado. Isso é sadismo. Rollemberg quer o dinheiro não é para resolver os problemas dos servidores e nem do povo do DF. Ele quer o dinheiro do Iprev é para fazer a campanha em 2018”, acusou Marli Rodrigues.
Fonte - Radar DF
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