Ao abrir a discussão sobre a PEC da Transição, com impacto fiscal de R$ 200 bilhões, governo de transição deu poder de barganha a Arthur Lira e o Centrão
Ao abrir a discussão de uma ‘PEC da Transição’, na qual colocará recursos no Orçamento de 2023 para pagar promessas feitas durante a campanha, o presidente eleito do PT cometeu seu primeiro erro político, antes mesmo de assumir a Presidência. A opinião é do cientista político Leonardo Barreto.
Segundo ele, o petista permitiu ao entorno do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL), criar o primeiro problema para a gestão que será inaugurada em janeiro.
“Isso porque deputados disseram que incluiriam, além de recursos para o Bolsa Família e o aumento do salário-mínimo, várias outras despesas, como o piso salarial da enfermagem, renúncias de receita, e a atualização da tabela do imposto de renda.”
“Abriu-se a possibilidade, portanto, de armar uma bomba fiscal que só poderá ser desarmada com uma negociação com o entorno de Lira. Entrariam aí um eventual apoio do presidente eleito do PT à sua reeleição e influência na indicação de nomes para cargos na nova gestão. Foi nesse sentido que Renan Calheiros chamou a PEC da Transição de barbeiragem.“
Para Barreto, o movimento mostra que o Congresso tem recursos para jogar mais pesado com o governo que não detinha na última passagem do presidente eleito do PT pelo poder. E a demonstração disso sequer esperou a nova gestão começar.
“Atualmente, detendo o controle do Orçamento e tendo Fundo Eleitoral para pagar suas campanhas, há menos incentivo para participar do governo, o que permite aos líderes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal atuarem com mais ousadia nos processos de negociação política.”
Com o retorno do presidente eleito do PT de sua “lua-de-mel” na Bahia, é possível que o governo de transição recue e busque um caminho menos espinhoso.
Fonte - Porta O Antagonista
Curta a nossa página no Facebook:
Nenhum comentário
Postar um comentário