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Patriota morto: 6 servidores de saúde cuidam de mil presos na Papuda

Dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais mostram que atendimentos médicos na Papuda saíram de 9,2 mil para 21 mil em um ano

Igo Estrela/Metrópoles

Durante o primeiro semestre deste ano, o Centro de Detenção Provisória II do Distrito Federal, também conhecido como Papuda, contava com seis profissionais de saúde básica para atenderem mais de mil internos. Segundo levantamento da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), entre janeiro e junho de 2023, período em que recebeu os presos pelos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro, a Papuda contava com três enfermeiros, dois técnicos em enfermagem e um único médico clínico.

Nesse período, foram realizados mais de 21,7 mil procedimento médicos na unidade prisional. Com exceção da aplicação de vacinas, a maioria dos atendimentos foi de exames e testagens — contabilizando 4,9 mil no período citado. Apenas 57 vezes foi necessário que os presos saíssem do Complexo Penitenciário para realizar procedimentos em hospitais do DF.

No primeiro semestre do ano passado, o presídio contava com dois enfermeiros, um médico clínico e dois técnicos em enfermagem. Em relação aos procedimento realizados, dos mais de 9,2 mil – excluindo as vacinações –, cerca de 1,1 mil foram contabilizados como exames e testagens, número 77% menor do que o registrado no mesmo período de 2023.

Em todo o sistema prisional do DF, de acordo com dados de agosto deste ano da Secretaria de Saúde (SES-DF), há 18 médicos, 26 enfermeiros, 10 assistentes sociais, 15 psicólogos, 15 dentistas, 1 terapeuta ocupacional, 7 farmacêuticos, 3 fisioterapeutas, 30 técnicos de enfermagem, 13 técnico de higiene dental, 4 auxiliares operacionais de serviços diversos, 1 técnico de laboratório e 12 analistas em gestão de assistência pública em saúde, totalizando 155 profissionais de saúde direcionados ao atendimento de detentos.

Esse profissionais cuidam de uma população carcerária de mais de 16 mil presos. Segundo o GDF, os números gerais atendem à legislação vigente em relação à Atenção Primária com carga de 40h semanais, além de uma equipe de enfermagem com horário estendido. A assistência aos internos também se dá nos fins de semanas e feriados.

Morte na Papuda

A Polícia Federal investiga a morte de um preso que sofreu mal súbito e morreu no CDP II, nessa segunda-feira (20/11). Cleriston Pereira da Cunha, conhecido como “Clezão do Ramalho”, era irmão do vereador Cristiano Pereira da Cunha (PSD), do município de Feira da Mata, no oeste da Bahia. Ele tinha 46 anos.

O “patriota”, que cumpria prisão preventiva, acusado de invadir o Congresso Nacional, teria sofrido um infarto fulminante. Outros detentos tentaram reanimá-lo com massagem cardíaca, mas a vítima não resistiu e morreu no local.

Cleriston havia conseguido parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR) para ser solto. A instituição se manifestou a respeito em 1º de setembro, devido ao vencimento do período de instrução do processo. Contudo, a decisão ainda não havia sido homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, responsável por analisar o processo no Supremo Tribunal Federal (STF).

As autoridades apuram a causa da morte. Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape) confirmou o óbito, registrado por volta das 10h. O preso era acompanhado por equipe multidisciplinar da Unidade Básica de Saúde (UBS) da prisão desde a entrada no complexo, em 9 de janeiro último.

“Hoje, essa mesma equipe de saúde realizou manobras de reanimação assim que constatado o mal súbito até a chegada da equipe do Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] e dos bombeiros, imediatamente acionados”, destacou a pasta.

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