Vítimas eram extorquidas sob a ameaça de divulgação na internet, especialmente em redes sociais, de vídeos e fotos fazendo sexo virtual
Dmitriy Devyatkin
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Uma organização criminosa que simulava ser uma agência de modelos foi desarticulada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) nas primeiras horas desta quinta-feira (14/3). Modelos e influenciadoras digitais eram aliciadas por meio das redes sociais para produzir conteúdo erótico em troca de cachês supostamente milionários. No entanto, as vítimas eram extorquidas e ameaçadas.
As vítimas eram extorquidas sob a ameaça de divulgação de vídeos e fotos íntimas em redes sociais. Intimidadas, as modelos faziam pagamentos via Pix, para contas laranjas fornecidas pela organização criminosa.
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Segundo as investigações da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia) no âmbito da Operação Trap, a organização criminosa tinha como alvo mulheres jovens, entre 18 e 30 anos, que fossem ativas nas redes sociais. Após escolher a vítima, um dos membros do bando usava um perfil falso no Instagram, dizia ser dono de uma agência de modelos e afirmava que a mulher se encaixava no perfil que eles estavam procurando.
Depois de estabelecer diálogo, para conquistar a confiança das vítimas, o membro do grupo criminoso mandava cópia de documentos, além de fotos e vídeos de conteúdos íntimos. Em seguida, induzia as mulheres a enviarem fotos e vídeos nuas, sempre com a promessa de que elas iriam seguir carreira de modelos e que conseguiriam altos cachês.
Veja imagens da operação:
Milhões de reais
Para enganar as modelos, o golpista enviava prints de extrato de contas bancárias com milhões de reais de saldo, afirmando que esses valores teriam sido alcançados fazendo trabalho de modelo, especialmente videochamada.
Em seguida, o membro do grupo, usando o perfil falso que seria da representante da agência de modelos, informava que um cliente teria se interessado por elas e que pagaria uma quantia alta – centenas de milhares de dólares – caso elas realizassem seus desejos por meio de uma videochamada pelo Facebook.
Na videochamada, o suposto “cliente” informava que não iria realizar o pagamento, alegando que as vítimas não teriam obedecido às suas diretrizes. Geralmente, as vítimas entravam em contato com a suposta agenciadora, e ela informava que iria resolver com o cliente.
Extorsão
Dias depois, as vítimas eram contatadas por outro integrante do grupo criminoso, por meio de outro perfil falso no Instagram. A vítima passava a receber os vídeos enviados para a suposta dona de agência de modelos ou gravados pelos supostos “clientes” por meio das videochamadas.
Assustadas, as vítimas entravam em contato com o primeiro perfil, supostamente da proprietária da agência de modelos, quando, então, eram informadas que a proprietária teria sido assaltada e perdido seus aparelhos celulares com as fotos e os vídeos das modelos da agência.
A vítima ainda era informada que a tal agenciadora teria conseguido negociar com o assaltante para que ele não divulgasse os vídeos das “modelos”. Para isso, as vítimas teriam que entrar em contato com um perfil do Instagram que era fornecido pela golpista. A ordem era que elas pagassem determinada quantia, de acordo com a orientação do dono desse perfil.
A PCDF identificou vítimas em Goiás, São Paulo, Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em Ceilândia, Gama, Jaboatão dos Guararapes (PE), São Paulo e São José do Rio Preto (SP).
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