Com a alta, que passa a valer a partir de março, o valor do metro cúbico superará a média nacional. Consumidores se antecipam e tentam proteger o orçamento
A alta dos preços administrados — aqueles controlados pelo governo — será ainda mais sentida pelo brasiliense. Além dos aumentos na conta de luz e nas bombas de combustíveis, a fatura de água virá mais cara para o bolso do consumidor. A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) publicou ontem, no Diário Oficial do DF, resolução que fixa reajuste de 16,2% dos valores das tarifas dos serviços públicos de abastecimento e de esgoto. A nova taxa, que passa a valer a partir de 1º de março, por 15 meses, é a maior em 10 anos.
Para chegar ao cálculo, a Adasa considerou a inflação oficial do último ano, de 6,41%, o bônus-desconto para os que gastaram menos água, os investimentos realizados de 2008 a 2014 pela estatal de saneamento (Caesb) e o custo que a concessionária teve para fazer o levantamento dos ativos. Com o avanço tarifário, o DF tem, até agora, a tarifa média mais cara do país.
A variação de 24% da tarifa no acumulado dos últimos dois anos deixa a capital federal com tarifa média de R$ 4,64 por mil litros. Em 2013, segundo estudo da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA), do Ministério das Cidades, o custo da taxa média de água no DF era de R$ 3,73, atrás apenas do Amazonas, onde a taxa era de R$ 3,75, e do Rio Grande do Sul, que detinha a tarifa de R$ 4,18.
Contudo, em julho, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), que atende 320 dos 497 municípios gaúchos, deve promover nova alta. Bastaria só uma elevação de 4,7% para o DF cair de posição. O aumento, entretanto, foi abaixo da proposta apresentada pela Caesb. A estatal alegou que, para “manter a garantia e a qualidade dos serviços prestados, além de assegurar a manutenção de custos”, seria necessária correção de 23,97%. Para o ano que vem, contudo, o reajuste poderá ser aplicado muito próximo da recomendação da concessionária.
Repasse
Pelo ajuste tarifário, os consumidores enquadrados na tarifa popular que usarem até 10 mil litros de água por mês vão pagar R$ 19,30. Os que se encontram na tarifa normal vão desembolsar R$ 25,80. Quem consumir mais de 50 mil litros pagará R$ 119,50. Receosa em relação ao orçamento familiar, a professora Inácia Rosilene, 36 anos, está comemorando a volta às aulas. Não por saudade de lecionar, mas porque, com o filho de cinco anos na escola, vai economizar nos gastos no lar. “Geralmente a água aumenta pouco, mas, desta vez, vai ser absurdo. Tudo está aumentando, e não tem para onde correr”, reclamou ela, que já pensa em lavar roupas com menos frequência e reduzir o tempo no banho.
Fonte: Correio Braziliense
Nenhum comentário
Postar um comentário