PM estimou ato com 25 mil pessoas; auge teve 55 mil, dizem organizadores. Manifestantes saíram do Museu da República em direção ao Congresso.
Manifestantes contrários ao governo da presidente Dilma Rousseff ocuparam a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, neste domingo (16) para protestar contra a corrupção. O ato foi convocado pela web e se repetiu em outras cidades do país, como Belém, Belo Horizonte, Maceió, Recife e Rio de Janeiro.
Os policiais fizeram quatro barreiras para revistar manifestantes com mochilas. A PM vetou o uso de máscaras por manifestantes, bandeiras com hastes de madeira ou plástico, garrafas de vidro e objetos que podiam ser transformados em armas em caso de confusão. Nenhum incidente havia sido registrado até o término da manifestação.
A Polícia Militar estimou em 25 mil o número de participantes no ato. Para os organizadores, no horário de maior concentração de pessoas havia 55 mil manifestantes na Esplanada. A concentração começou às 9h, no Complexo Cultural da República. A Esplanada foi fechada ao trânsito às 6h nos dois sentidos.
Representantes do Movimento Brasil Livre usaram carros de som para convocar os presentes a convidarem amigos e familiares para engrossar a marcha. Enquanto parte do grupo confeccionava cartazes e faixas, manifestantes desceram rumo ao Congresso Nacional.
Manifestantes montaram uma cadeia com imagens de políticos. (Foto: Raquel Morais/G1)
O empresário Antônio Carlos Peixoto e o filho João, de 7 anos, chegaram às 8h na Biblioteca Nacional. Eles percorreram quase 30 quilômetros de casa até o local e pretendiam participar de toda a manifestação.
"Estou esperando uma mobilização pacífica. Acho que as manifestações não se restringem só ao 'Fora, Dilma', 'Fora, PT', embora esse governo realmente não nos represente. Nossas mudanças mais fortes têm que ser uma reforma política. Participei do 'fora, Collor' e não vi grande mudança desde então"
Antônio Carlos Peixoto, empresário
"Estou esperando uma mobilização pacífica. Acho que as manifestações não se restringem só ao 'Fora, Dilma', 'Fora, PT', embora esse governo realmente não nos represente. Nossas mudanças mais fortes têm que ser uma reforma política. Participei do 'fora, Collor' e não vi grande mudança desde então", afirmou o empresário.
Placas instaladas em árvores na Esplanada pediam “intervenção militar constitucional” no país. Um boneco inflável representando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestindo roupa listrada de presidiário foi levado para a Esplanada.
Os manifestantes pediam a prisão do ex-presidente e sua colocação em uma cela com detidos na Operação Lava Jato da Polícia Federal, como o ex-ministro José Dirceu e o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró.
Um cartaz também fazia críticas à gestão do petista Agnelo Queiroz, que não conseguiu chegar ao segundo turno nas eleições para governador do Distrito Federal.
Destoando dos outros participantes, o aposentado João Brasil, de 63 anos, se disse contrário às manifestações que pedem a saída da presidente Dilma Rousseff. Ele mora em Sobradinho e chegou às 7h30 no centro de Brasília.
Ao som de apitos e vuvuzelas, manifestantes caminham em direção ao Congresso Nacional (Foto: Débora Cruz/G1)
"Quem tem de sair são o [presidente do Senado] Renan [Calheiros] e o [presidente da Câmara, Eduardo] Cunha", declarou.
Vendas
Ambulantes aproveitaram a manifestação para expor bandeiras e camisetas da seleção brasileira. Também havia vendedores de pipoca e churrasquinho em vários pontos da Esplanada.
O vendedor José Mário levou 80 camisetas e bandeiras do Brasil para o protesto em Brasília. Ele disse acreditar ser a favor do ato por acreditar que é preciso uma mudança política. "Da outra vez lotou. Não sei como vai ser essa, mas espero que dê para vender tudo", afirmou. "Eu acho que tem que mudar, mas não sei quem poderia entrar no lugar. Só sei que a vida está difícil."
Fonte - G1/DF
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