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Pai acusa hospital de negligência após morte da filha em tomografia

"Ela entrou com uma pulseira no braço em vermelho escrito 'alérgica'", diz pai. Vera Cruz informou que família não havia confirmado alergia ao contraste.

A família da estudante de 18 anos Petra dos Santos Heleno acusa o Hospital Vera Cruz, de Campinas (SP), de negligência, após a jovem ter morrido ao receber contraste de iodo em um exame de tomografia. Nesta quarta-feira (18), o pai, Paulo Roberto Gomes Heleno, confirmou que relatou ao hospital sobre as alergias da filha e que, inclusive, ela entrou com uma pulseira identificando a restrição. A unidade de saúde chegou a informar que a família não tinha conhecimento sobre a alergia da menina ao iodo. Após os questionamentos do pai, disse que ainda não foi procurada novamente pela família e que não vai se posicionar.

"É uma negligência que trouxe a morte de uma família. Não é só a paciente que morreu. Nós estamos todos meio mortos com isso (...) Eu espero que a morte da minha filha não seja em vão", afirma o pai. [Veja a entrevista dele no vídeo acima]
A gente colocou [na ficha] que ela tinha alergia a ácaros, poeira e pelo de cachorro. E que nós havíamos feito um exame e ela tinha apresentado um alto grau de alergias"
Paulo Roberto Gomes Heleno, pai da jovem

Pai de Petra, jovem que morreu após tomografia
com contraste de iodo (Foto: Reprodução / EPTV)
Petra havia sido internada para fazer o exame após caroços aparecerem no pescoço e ter febre. Ela chegou a ser medicada por outros médicos com antibióticos antes de procurar o hospital, segundo o pai. Ao se consultar com um otorrinolaringologista do Vera Cruz, o especialista receitou a tomografia. Na sexta (13) ela foi internada para o exame, que só aconteceria no sábado (14).

"A gente colocou [na ficha] que ela tinha alergia a ácaros, poeira e pelo de cachorro. E que nós havíamos feito um exame e ela tinha apresentado um alto grau de alergias. Só que não aparecia alergia ao iodo, mas nós colocamos que ela tinha alergia, tanto que, quando ela entrou para o centro radiológico, ela entrou com uma pulseira no braço em vermelho escrito 'alérgica'", conta o pai.

Petra sofreu um choque anafilático após receber o contraste de iodo e chegou a ser encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas teve a morte cerebral confirmada na última segunda-feira (16).

O Hospital Vera Cruz informou, na segunda, que a jovem e a família não tinham o conhecimento de que ela era alérgica ao contraste iodado que seria usado no procedimento. Disse, ainda, que ao notar as primeiras reações de um possível choque anafilático, imediatamente a paciente foi socorrida por um especialista e transferida para uma unidade de tratamento intensivo (UTI) e submetida a todos os cuidados possíveis.

Pulseira indicava alergia
Apesar da indicação de alergia na ficha preenchida pela família, mesmo sem constar iodo, e da pulseira vermelha no braço direito, o pai questiona que o hospital não adotou nenhum procedimento diferente do habitual, como uma medida alternativa ou preventiva.

"Acho que a negligência do hospital está no momento em que, não se sabendo que era alérgica e apresentando um quadro de alergias, deveria ter sido adotado, por precaução, o mesmo procedimento de quem apresenta a declaração de ser alérgico. Existe essa possibilidade. Existe o contraste sem o iodo. Existem outras possibilidades que não foram levantadas", revolta-se o pai.

Pulseira na mão da jovem indicava que ela era alérgica antes de tomografia (Foto: Reprodução / EPTV)

Outras mortes suspeitas no hospital
Em janeiro de 2013, três pacientes morreram após exames de ressonância magnética no Hospital Vera Cruz. A investigação policial concluiu que as vítimas receberem por engano uma aplicação na veia da substância perfluorocarbono, que estava armazenada sem a devida identificação em frascos de soro fisiológico na clínica que funcionava dentro do hospital.

Entre os réus estão os médicos Adilson Prando, José Luiz Cury Marins, Marcos Marins e Patrícia Prando Cardia, sócios da clínica Ressonância Magnética Campinas (RMC) à época das mortes.

A auxiliar que preparou a solução com o produto errado não está entre os denunciados pelo Ministério Público à Justiça. De acordo com a promotoria, ela foi induzida ao erro.

Os outros acusados são os auxiliares de enfermagem Carlos Augusto Moises e Laurinda Rosa Venâncio, além da enfermeira Elaine Rosa Macedo dos Reis. Todos foram denunciados pelo crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O indiciamento da Polícia Civil foi por homicídio com dolo eventual - quando o risco é assumido -, mas a promotoria alterou a tipificação.

O processo corre pela 1ª Vara Criminal e não há atualizações desde agosto. Desde março de 2014, a juíza Patrícia Suárez Pae Kim já interrogou os réus e ouviu pelo menos 27 testemunhas de defesa e acusação.

Petra Heleno morreu após receber contraste com iodo em tomografia (Foto: Reprodução / EPTV)

Fonte - G1/Campinas

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