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Polícia cumpre mandados de busca e apreensão na Câmara do DF

São 14 mandados de busca e apreensão e 8 de condução coercitiva. Ação apura suposto esquema de desvio de verbas de emenda parlamentar.

Gabriel Luiz
Do G1 DF

Policiais civis deixam a Câmara Legislativa com computadores e documentos apreendidos em gabinetes (Foto: Alexandre Bastos/G1)

A Polícia Civil cumpre nesta terça-feira (23) 14 mandados de busca e apreensão e oito de condução coercitiva (quando o investigado é levado a depor) na Câmara Legislativa do Distrito Federal, na casa de parlamentares, servidores e ex-servidores. A polícia investiga denúncias da deputada Liliane Roriz (PTB) de que a presidente da Câmara, Celina Leão (PPS), articulou um esquema de pagamento de propina e desvio de recursos de emendas parlamentares que seriam usados para pagar contratos de gestão de UTIs.

Os principais alvos da operação policial são os membros da Mesa Diretora: Celina Leão, o primeiro secretário, Raimundo Ribeiro (PPS), o segundo, Júlio César (PRB), e o terceiro, Bispo Renato Andrade (PR). Também é alvo o deputado Cristiano Araújo (PSD).

Mesmo afastados da Mesa Diretora, os distritais mantêm os mandatos. O G1 não conseguiu contato com os parlamentares até a publicação desta reportagem.

O servidor da Câmara Alexandre Braga Cerqueira, o ex-servidor Valério Neves Campos e o ex-presidente do Fundo de Saúde do DF Ricardo Cardoso também foram intimados a depor. Eles são suspeitos de integrar o esquema denunciado.

A ação policial ocorre quase uma semana depois de a corporação apreender documentos e computadores no Palácio do Buriti, em uma investigação para apurar suspeitas de extorsão contra a presidente do sindicato dos servidores na Saúde (SindSaúde), Marli Rodrigues.

Nos áudios feitos por Liliane, Celina fala sobre mudança de finalidade de uma emenda parlamentar que direcionou R$ 30 milhões da sobra orçamentária da Câmara a um grupo de seis empresas que prestam serviço de UTI. Segundo as denúncias, parte dos recursos foram repassados a deputados da Mesa Diretora.

Em entrevista exclusiva à TV Globo na semana passada, Liliane detalhou parte do suposto "acordo". Segundo ela, a negociação tratava de uma "sobra orçamentária" de R$ 30 milhões, destinada originalmente à reforma de escolas e unidades de saúde.

Policiais deixam a Câmara Legislativa do Distrito Federal com documentos e computadores apreendidos na manhã desta terça-feira (23) (Foto: Alexandre Bastos/G1)

No começo de dezembro, os distritais aprovaram uma mudança no texto, direcionando o aporte para pagar dívidas do Palácio do Buriti com prestadoras de serviço em UTIs. Pela denúncia, o esquema envolveria repasse aos deputados de 7% sobre o valor das emendas.

Celina negou irregularidades e disse que Liliane mentiu porque sente "inveja" dela. Ela também adiantou que vai encaminhar documentos ao Ministério Público para provar que não agiu de forma ilegal na destinação de recursos de emendas parlamentares.

"A acusação é falha porque a emenda é da deputada. A emenda é dela, da vice-presidente. Ela que propôs. Se existe ilegalidade, ela que remoque responder", afirmou Celina. Segundo ela, o termo "projeto" se refere ao texto da emenda.

Liliane seria julgada pelo Tribunal de Justiça naquela quarta em um processo que poderia cassar a possibilidade de ela se reeleger. A audiência foi adiada por falta de quórum. "No dia do julgamento, ela tenta criar esse circo, colocando suspeição sobre os deputados. Se ela tinha percepcao de ilegalidade, por que ela propôs isso? Todo o trâmite tem que ser respondido por ela."

Ação no Buriti
Na última quarta-feira (17), a Polícia Civil recolheu documentos e computadores no Palácio do Buriti em uma operação que investiga suposto esquema de pagamento de propina no governo. Foram expedidos pelo menos dez mandados de busca e apreensão.

A operação buscou documentos em casas de servidores comissionados e em salas da Secretaria de Planejamento (Seplag), divididas entre o anexo do Palácio do Buriti e o prédio da Codeplan.

A ação, em conjunto com o MP, é fruto das denúncias apresentadas pela presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, que relatou um esquema de extorsão por parte de servidores para liberar contribuições sindicais.

Em nota, a Seplag informou que em 24 de junho deste ano entregou à Polícia Civil um ofício em que descrevia denúncia sobre o suposto pagamento de propina. "Trata-se, portanto, de investigação de iniciativa do próprio governo de Brasília, uma vez que o encaminhamento da denúncia aos órgãos especializados antecede os áudios noticiados pela imprensa, o que ocorreu a partir da segunda quinzena de julho", diz a pasta.


Fonte - G1/Distrito Federal

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