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Aluno fica em estado grave após ser arremessado de ônibus escolar em Valparaíso

Foto: Breno Esaki
Jéssica Antunes
jessica.antunes@grupojbr.com

Um adolescente de 15 anos ficou em estado grave após ser arremessado de um ônibus escolar em movimento em Valparaíso, município goiano na Região Metropolitana do Distrito Federal. O transporte vinculado à prefeitura estava superlotado, sem condições de circulação e conduzido por um motorista com documentação fraudulenta. A Secretaria Municipal de Educação diz que o homem substituiu o ônibus contratado. A Polícia Civil de Goiás investiga.

O menino teria sido jogado para fora do ônibus quando a porta em que estava encostado se abriu em um retorno na rodovia BR-040, em um trecho a velocidade máxima permitida é de 60km/h. Com ferimentos na cabeça, o adolescente foi levado em estado grave à Unidade de Pronto Atendimento do Parque Marajó, no município, e depois encaminhado ao Hospital de Base do DF, onde teria ficado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

A Secretaria de Saúde não repassa informações oficiais sobre pacientes internados. Apesar disso, conforme apurou a reportagem, o menino está em coma induzido. Nesta semana, passou por cirurgia craniana e estaria respondendo bem aos procedimentos.

O acidente aconteceu no início tarde de 31 de outubro, quando o grupo de estudantes seguia da escola para casa. O veículo passou por perícia. Ele tem 11 anos de circulação, a porta dianteira fechada com uma corrente com cadeado, e a porta traseira amarrada com uma corda. Todos os pneus também estavam carecas. O Jornal de Brasília teve acesso ao inquérito instaurado, que indica superlotação. No momento do acidente, o ônibus com capacidade para 47 passageiros tinha 60 alunos.

Documento falso

Luciano Milton Soares Faria prestou socorro à vítima, mas foi preso em flagrante por uso de documento falso. Conforme o inquérito, ele apresentou à Polícia Rodoviária Federal Carteira de Habilitação e documento do veículo com sinais de falsificação.

“O ano de fabricação apontado no campo do bilhete de seguro DPVAT é 2005, já o ano de fabricação apontado no CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo) é de 2006”, diz a transcrição dos depoimentos. No sistema da PRF, consta que o último documento pago é de 2013, mas o homem apresentou um de 2017, o que só seria possível com as parcelas em dia.

Motorista preso por 1 dia

Questionado, o acusado informou que obteve o documento “via despachante” e não sabia da falsificação. Luciano foi recolhido à Cadeia Pública de Valparaíso e ficou preso por um dia. Foi liberado em audiência de custódia. Além do uso de documento falso, ele deve responder por lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.

O carro não deveria estar circulando, afirmou ao Jornal de Brasília a secretária municipal de Educação, Rudilene Nobre. De acordo com ela, o motorista que presta serviço terceirizado utilizou um veículo reserva arbitrariamente enquanto o oficial estava no conserto. “Nós não fomos comunicados, como deveríamos ser. Se isso tivesse acontecido, certamente o transporte não teria sido aprovado para circulação”, disse. Ali, toda a frota de escolares passa por pelo menos três vistorias ao ano.

Contrato rescindido

O contrato com Luciano Milton Soares Faria foi rescindido, segundo a titular da educação do município. “Os motoristas são orientados sobre não andar com mais alunos do que comportado no ônibus. O que acontece é que pais deixam os filhos na escola, mas precisam retornar de escolar. Por isso, naquele dia, havia lotação”, explicou Rudilene. Um ônibus extra, da frota da pasta, foi acrescentado para suprir a demanda.


Fonte - Jornal de Brasília

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