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CAMPANHA - COMBATE A DENGUE


Cinco mil dão o último adeus ao ex-governador Joaquim Roriz

Populares levaram bandeiras, balões, faixas e estavam comovidos. Eles chegaram a romper cordão de isolamento para ficar perto do caixão


Após mais de 17 horas de velório, o corpo de Joaquim Roriz foi levado, por volta das 10h50 desta sexta-feira (28/9), do Memorial JK por cadetes dos Bombeiros. Eles posicionaram o caixão em cima de um carro da corporação, que seguiu em carro aberto pelo centro da capital rumo ao Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. Segundo a Polícia Militar, 5 mil pessoas foram na despedida.

O corpo de Roriz foi enterrado na ala dos pioneiros. E foi recebido com aplausos de populares que estavam munidos de balões azuis, bandeiras, objetos que lembram o ex-governador. A comoção tomou conta do cemitério. Muitas pessoas choram como se tivessem perdido alguém da família. “Era como um pai”, disse uma senhora, muito emocionada.


Houve uma pequena confusão, por volta das 11h45. Os admiradores do político romperam as faixas de isolamento para autoridades e familiares. Liliane, uma das filhas do ex-governador, disse que “Roriz sempre ficou perto do povo e que era assim que ele gostaria de permanecer”. O caixão foi fechado.

Para não perder nenhum detalhe, teve gente que subiu até em cima de árvore. Os populares soltaram uma fumaça azul, a cor característica das campanhas de Roriz. Pétalas de rosas foram jogadas de helicópteros da Polícia Civil,dos Bombeiros e do Departamento de Trânsito (Detran).

Dona Weslian Roriz chorou bastante e precisou ser consolada durante o sepultamento. Joaquim Roriz Neto, que é candidato a federal, recebeu o carinho dos populares. Eles pediram para que dê continuidade ao legado do avô.

Quatro pessoas foram atendidos pelos bombeiros. Entre elas, Maria do Socorro, 71 anos, moradora de Samambaia. Ela estava perto do túmulo e se desequilibrou em um arranjo de flores. Sofreu ua queda, mas não quebrou nenhuma parte do corpo. Se queixou de dores na cabeça e nas costas. Foi transportada ao Instituto Hospital de Base consciente e estável.

Muitos populares chegaram cedo ao cemitério para prestar a última homenagem ao político que mais vezes comandou o Palácio do Buriti. Ana Cristina Cunha, 45 anos, moradora de Luziânia (GO), no Entorno do Distrito Federal, por exemplo, saiu de casa às 4h para se despedir do político.

“Nasci com o Roriz na minha vida. Toda a minha família sempre admirou a história dele. Ele nos ajudou muito, principalmente dando lote
s. Trabalhei muito como voluntária nos projetos dele. Distribuía leite, pão, cobertor”, destacou.

 Mais cedo, no velório, além de familiares, como a filha Jaqueline, teve gente que não arredou o pé do Memorial JK desde o começo da despedida. É o caso de Eliane Pereira da Silva, 55 anos. Moradora do Riacho Fundo I desde 1953, ela chegou ao monumento às 14h30 dessa quinta-feira (27) e disse que só vai embora quando enterrarem o corpo. O sepultamento está previsto para as 11h desta sexta (28) no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul.
“Ele era padrinho do meu filho. Foi tudo na minha vida. Morava na rua com um bebê nos braços. Me deu um lugar para morar, um trabalho e dignidade. Foi ele quem pediu para batizar meu filho. Tão carinhoso”, disse Eliane.

Por volta das 8h, o memorial estava sendo preparado para uma missa que foi celebrada pelo arcebispo emérito de Brasília, Dom José Freire Falcão, às 9h. Só puderam ficar no espaço a imprensa e 60 pessoas. Depois, o corpo seguiu em carro aberto dos Bombeiros. Dona Weslian estava presente na missa. Muito emocionada, chorou bastante durante a celebração.

Moradora de Samambaia há 30 anos, uma das cidades criadas por Roriz, Maria Rocha da Silva, 62, também foi ao Memorial se despedir do ex-governador, que morreu nessa quinta (27) por choque séptico. “Meu pai trabalhou na roça com o pai do Roriz, lá no Goiás. Sempre acompanhei a carreira dele de perto. Até hoje me lembro de como era ser abraçada por ele”, contou.

Cinco mil dão o último adeus ao ex-governador 
Joaquim Roriz


Homem com um cartaz nas costas dizendo que está com "camisa suada de Roriz" Natália Moura/Especial para o Metrópoles
Filhas de Roriz, Liliane e Jaqueline, em volta do caixão coberto com a bandeira do Brasil Rafaela Felicciano/Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Jaqueline é confortada durante velório Rafaela Felicciano/Metrópoles

Missa será celebrada antes de o corpo seguir para o cemitérioRafaela Felicciano/Metrópoles

Coroa de flores de Fernando Collor Ricardo Botelho/Especial para o Metrópoles

Coroa de Marconi Perillo Ricardo Botelho/Especial para o Metrópoles

Paulo Octávio está no velório Rafaela Felicciano/Metrópoles

Eliana Pedrosa, candidato ao Palácio do Buriti, está no velórioRafaela Felicciano/Metrópoles
Ricardo Botelho/Especial para o Metrópoles

Natália Moura/Especialpara o Metrópoles

Ricardo Botelho/Especial para o Metrópoles
Dona Weslian muito emocionada no sepultamento do marido Igo Estrela/Metrópoles
Corpo de Roriz chega para o sepultamento Rafaela Felicciano/Metrópoles
Corpo chega ao cemitério Rafaela Felicciano/Metrópoles



Antônia Maria está vendendo guarda-sóis por R$ 10 no cemitérioMatheus Venzi/Especial para Metrópoles
Maria de Lourdes Abadia no cemitéio Igo Estrela/Metrópoles
Rogério Rosso no cemitério Igo Estrela/Metrópoles
Cortejo do corpo pelas ruas de Brasília Michael Melo/Metrópoles
Cortejo do corpo pelas ruas de Brasília 
Lino levou chapéu que ganhou de Roriz Igo Estrela/Metrópoles
Caesb disponibilizou água para as pessoas que estão no cemitérioMatheus Venzi/Especial para o Metrópoles
Corpo saindo do Memorial JK no carro dos Bombeiros 
Dona Weslian muito emocionada durante velório nesta sextaRafaela Felicciano/Metrópoles
Homem com um cartaz nas costas dizendo que está com "camisa suada de Roriz"Natália Moura/Especial para o Metrópoles
Filhas de Roriz, Liliane e Jaqueline, em volta do caixão coberto com a bandeira do Brasil Rafaela Felicciano/Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Jaqueline é confortada durante velório Rafaela Felicciano/Metrópoles
Ricardo Botelho/Especial para o Metrópoles
Coroas de flores no Memorial JK Ricardo Botelho/Especial para o Metrópoles
Coroa de flores de Fernando Collor Ricardo Botelho/Especial para o Metrópoles
Coroa de Marconi Perillo Ricardo Botelho/Especial para o Metrópoles
Paulo Octávio está no velório Rafaela Felicciano/Metrópoles
Eliana Pedrosa, candidato ao Palácio do Buriti, está no velórioRafaela Felicciano/Metrópoles
Homem com um cartaz nas costas dizendo que está com "camisa suada de Roriz"Natália Moura/Especial para o Metrópoles

Josimar Galdin da Silva, 63, também reside na mesma cidade há três décadas. “Ele que me deu um lugar para morar e essa é uma lembrança que a gente não esquece jamais. Trabalhei a noite toda e vim direto. Mas só vou embora depois do enterro. Por ele, a gente faz qualquer coisa”, decretou.

Jaqueline, uma das três filhas de Roriz, passou a noite no velório. Muito emocionada, disse ter recebido muito amor e conforto da população. “A noite toda essas pessoas ofertando esse carinho para mim. Foi acalentador. Até deu para diminuir um pouquinho a dor”, ressaltou.

Muitas coroas de flores chegaram ao memorial desde o começo do velório, às 15h30. Entre elas, as de muitos políticos, como José Sarney, Fernando Collor e Marcone Perillo, ex-governador de Goiás e candidato ao Senado pelo estado.


Sebastiana dos Santos Ferreira, a Tiana, foi babá de Joaquim Roriz Neto e também está no memorial na manhã desta sexta (28). Ela conta que trabalhou a vida inteira com o ex-governador e que, quando ainda era funcionária dele, recebeu uma casa construída do próprio Roriz.

“O governador foi meu pai. O Roriz me deu a chave. A casa pronta em Samambaia. Nunca se comportou como uma autoridade. Ele era uma pessoa maravilhosa. Quando perdi meus sobrinhos, ele era governador e foi na minha casa com toda a família. Ele era o pai dos pobres, disse Tiana.

Segundo a PM, por volta das 9h, havia 300 pessoas no velório. Após o culto, o cortejo fúnebre saiu do Memorial JK e seguirá pela Via S1. De lá, passou pelo Palácio do Planalto e, depois, pela L4 Sul. Na altura da Embaixada do Iraque, o comboio acessou o Setor Policial Militar até o cemitério.

Segundo a PM, mais de 3 mil pessoas passaram pelo monumento para se despedir do ex-governador desde as 15h30 dessa quinta (27). E o público pôde tocar, beijar e chorar sobre o caixão de Roriz. Por determinação de dona Weslian, esposa do patriarca do clã, as cordas que separavam o corpo dos simpatizantes foram retiradas. Assim, vários cidadãos puderam estar mais perto de Roriz.

A matriarca revelou a pessoas do círculo familiar que “Roriz sempre foi um homem do povo e que não poderia ter atitude diferente neste momento”. Weslian, aliás, precisou ser amparada pelo menos duas vezes no fim da tarde dessa quinta (27). Ao lado das filhas e dos netos, chorou o tempo todo. Cansada, ela deixou o Memorial JK por volta das 20h45, acompanhada de Marilda, a enfermeira que cuidou de Joaquim Roriz nos últimos anos.

Quatro bandeiras foram colocadas sobre o caixão, cada uma delas ligada à história de Joaquim Roriz. Entre elas: a do Brasil; a do estado de Goiás, onde Roriz nasceu e iniciou a carreira na política; a do Distrito Federal; e, por fim, do Divino Espírito Santo. Esta última tem relação com a devoção católica da família e a tradicional festa do Divino Espírito Santo, na qual o ex-governador costumava marcar presença.

Ao longo do dia, sete dos 11 candidatos ao Governo do Distrito Federal (GDF) compareceram ao Memorial JK. Apenas Renan Rosa (PCO), Guillen(PSTU), Júlio Miragaya (PT) e Fátima Sousa (PSol) não apareceram na cerimônia.

Ex-funcionários de Roriz dos mais variados escalões também prestaram a última deferência ao ex-chefe. Lá, estavam ex-motoristas, ex-secretários de Estado e outras pessoas que um dia trabalharam para a família.
O calor e a comoção fizeram duas mulheres desmaiar. Entre os presentes, muitos carregavam objetos em homenagem ao líder político. Durante o velório, que começou às 15h de quinta (27) e está previsto para terminar às 9h desta sexta-feira (28), muitos simpatizantes empunhavam orgulhosamente quadros, bandeiras e santinhos com o rosto de Roriz.


Um deles, inclusive, improvisou, em folhas de caderno, um abaixo-assinado a fim de recolher assinaturas e pedir ao GDF a construção de um memorial de Roriz em Samambaia, a primeira das 11 cidades fundadas pelo ex-governador do Distrito Federal.

As últimas semanas
Joaquim Roriz estava internado no Hospital Brasília, no Lago Sul, desde 24 de agosto, quando deu entrada com febre alta. Os médicos confirmaram a morte na manhã de quinta (27), por choque séptico decorrente das complicações da infecção pulmonar, que resultou em falência múltipla dos órgãos.

Nas últimas semanas, o patriarca do clã Roriz estava na unidade de terapia intensiva (UTI) e chegou a apresentar melhora, quando foi transferido para um quarto no último dia 10.

Contudo, voltou a ser internado na UTI dois dias depois, onde permaneceu até o momento de sua morte. Algumas horas antes do óbito, Roriz sofreu uma parada cardíaca e foi submetido a traqueostomia. A cirurgia abriu um pequeno orifício na traqueia, onde uma cânula foi instalada para a passagem de ar. Depois, sofreu mais duas paradas cardiorrespiratórias e não resistiu.


Fonte - Metrópoles

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