Cuidadora de crianças, de 20 anos, achou que arma estava sem munição, segundo relato da PM. Jovem, também de 20 anos, foi atingido na cabeça
TJGO
Goiânia – A cuidadora de crianças Erica Sousa Silva, de 20 anos, confessou ter matado o próprio namorado “sem querer”, enquanto brincavam de “roleta russa”. Ela disse que não sabia mexer com arma de fogo e achava que o revólver estava sem munição. Ela acertou Tiago Pereira Ferreira, 20, diretamente na cabeça.
O caso aconteceu no bairro Jardim Novo Mundo, na capital de Goiás, na madrugada do último sábado (19/2). A jovem foi presa em flagrante, mas foi solta no dia seguinte e vai responder em liberdade.
Depois de ser presa, Érica contou na delegacia que estava namorando com Tiago há apenas três semanas.
Na madrugada do crime, o casal teria bebido duas garrafas de vinho. Eles estavam sozinhos na cozinha da casa de Fábio, enquanto o tio dele dormia com a namorada em outro cômodo.
Vamos brincar?
Foi aí que Fábio teria tirado o revólver calibre .38 da cintura e feito a proposta inusitada. “Vamos brincar de roleta russa?”, teria dito ele, segundo a versão de Érica.
A cuidadora de crianças disse que sabia da existência da arma de fogo, mas nunca tinha visto.
Ele teria apontado a arma para a cabeça de Erica e puxado o gatilho. Houve um barulho metálico, mas sem o tiro, de acordo com o depoimento da jovem.
Érica disse que, na sequência, Fábio jogou o revólver para ela, que acabou efetuando um disparo sem querer, ao manusear a arma. O tiro acertou a cabeça do namorado, próximo do olho.
A jovem disse para o sargento Rafael Sudário, no momento da prisão, que achava que o revólver estava sem munição.
Puxada pelo cabelo
O tio de Fábio teria acordado com o barulho do tiro e se deparou com uma cena de horror. O sobrinho caído no chão envolto em uma poça de sangue e a namorada dele atônita ao lado. O revólver foi jogado sobre a pia da cozinha.
Erica então começou a ser agredida pelo tio do namorado, com socos e chutes. Enquanto isso, a namorada dele, que também acordou com o disparo, gritava para ele parar.
A cuidadora de crianças correu para a rua, onde continuou a ser agredida e puxada pelo cabelo. O dia já começava a amanhecer. Moradores que viram a confusão começaram então a agredir o tio de Fábio.
Erica conseguiu fugir e foi até um terminal de ônibus, onde foi presa em flagrante pela Polícia Militar. Segundo depoimento do sargento Rafael Sudário, ela “foi achada sentada em um banco, desnorteada, descalça e nitidamente era possível notar que seu comportamento destoava da multidão que estava no local”.
Sem antecedentes
Erica é de Imperatriz, no Maranhão, e tem sete irmãos. Ela não tem antecedentes criminais e disse para a polícia que costuma frequentar bares, cinemas e pizzarias, como outros jovens da idade dela.
A defesa da jovem alegou que ela é primária, que houve ingestão de bebida alcoólica e manuseio de arma de fogo por jovens inexperientes, sem a intenção de tentar matar outra pessoa.
“A conduta, apesar de reprovável, configura fato isolado em sua vida, tendo em vista a ausência de histórico de violência”, afirmou o defensor público Hélvio Lopes Pereira Júnior.
O Ministério Público de Goiás (MPGO) chegou a pedir a manutenção da prisão, mas o juiz William Fabian concedeu a liberdade provisória. A jovem vai responder ao processo em liberdade. A ocorrência foi registrada no Corpo de Bombeiros como acidente doméstico.
Fonte - Metrópoles
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