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OPINIÃO - São Paulo se despede do PSDB para abraçar o bolsonarismo

Maioria dos votos de Rodrigo Garcia devem migrar para Tarcísio de Freitas

Fábio Vieira/Metrópoles

Tarcísio de Freitas deu um olé nas pesquisas e venceu o primeiro turno no estado de São Paulo, com 42,3% dos votos contra 35,7% do petista Fernando Haddad. Em números totais, a diferença foi superior a 1,5 milhão de votos. E deve ser bem maior no segundo turno.

Afinal, para onde migrarão a maioria dos mais de 4 milhões de votos do atual governador, o neo tucano Rodrigo Garcia? Certamente para Tarcísio, que mal sabia onde votar e deve comandar o maior estado do país.

Em São Paulo, a criatura engoliu o criador. A bolsonarização do PSDB começou em 2014, quando Aécio Neves perdeu e questionou o pleito e culminou com o BolsoDoria eleito. Neste ínterim, o partido rachou. Sua velha guarda não suportava o cheiro do oportunismo fascista, ao mesmo tempo, não percebeu a radicalização do eleitorado de direita. A onda bolsonarista veio e afogou o tucanato.

Doria foi um dos poucos a se beneficiar dessa onda em 2018. Mas para prevalecer no estado, afastou Geraldo Alckmin, seu padrinho político e governador por quatro vezes. Ganhou uma pecha de traidor. O PSDB paulista pulverizou-se. Depois achou que poderia enfrentar e vencer o mesmo movimento que o elegeu. Mais, poderia replicar no PSDB nacional, os mesmos movimentos que lhe assentaram no Palácio dos Bandeirantes.

Deu tudo errado. Venceu as prévias internas do partido, mas jamais foi o candidato da terceira via. Sem apoio dos tucanos e sem intenções de votos nas pesquisas, teve que abandonar sua candidatura à Presidência e respeitar o acordo que o impediu de disputar a reeleição em São Paulo. Constrangido, saiu de cena.

Sobrou para Rodrigo Garcia, um picolé de chuchu ao melhor estilo tucano, mas com história política ligado ao DEM, disputar a eleição como atual governador. Sem apoio, sem comunicação, não fez a máquina pública trabalhar ao seu favor.

Foi exatamente o que Tarcísio de Freitas fez, só que com máquina federal. E ainda soube transferir a polarização nacional para o estado. Tem certa coerência a cabeça do eleitor. Se em 2018, venceu o candidato do Bolsonaro (Doria), porque não em 2022? Os tucanos jamais fizeram esse cálculo.

Contrariando as pesquisas, Bolsonaro venceu em São Paulo. Teve 47,7% dos votos. Lula alcançou 40,8%, uma diferença de mais de 1,7 milhões de votos. Como Tarcísio, ganhou na maioria das cidades paulistas. Haddad e Lula venceram na capital e Grande São Paulo, mas excluindo alguns pequenos bolsões petistas, o interior paulista abraçou o bolsonarismo. E por essa onda, São Paulo, sempre tão orgulhoso de suas tradições, deve ser governado por um carioca pela primeira vez.

Fonte - Metrópoles

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