Por Celso Alonso - Satélite Notícias






BRASÍLIA - Uma nova pesquisa divulgada pelo Instituto Gazeta de Pesquisas (IGAPE) aponta Celina Leão (MDB) na liderança da corrida pelo Governo do Distrito Federal, abrindo vantagem de 14,4 pontos percentuais sobre o segundo colocado. Com 27,8% das intenções de voto, a candidata se beneficia diretamente da associação com a gestão do governador Ibaneis Rocha e do efeito de transferência de votos do governo.
Segundo o levantamento, o bloco intermediário formado por José Roberto Arruda (13,4%), Leandro Grass (11,2%) e Fred Linhares (9,9%) mantém a oposição fragmentada, impedindo a formação de um polo único capaz de ameaçar a liderança de Celina. Essa dispersão cria espaço para que alianças e estratégias de campanha ainda possam alterar a disputa na reta final do primeiro turno.

O efeito Ibaneis
A pesquisa destaca que a força de máquina do governador Ibaneis Rocha influencia diretamente a corrida eleitoral. A capilaridade administrativa e a agenda de obras consolidadas proporcionam visibilidade e respaldo político à candidata alinhada ao governo. Além disso, a narrativa de continuidade com resultados positivos aumenta a transferência de voto para Celina, enquanto a fragmentação da oposição tende a beneficiar o campo governista.
Análise dos principais candidatos
Celina Leão (27,8%): Líder folgada, com reconhecimento alto e base governista consolidada. Precisa, porém, lidar com temas sensíveis como mobilidade, saúde e segurança, evitando desgaste de continuidade.
José Roberto Arruda (13,4%): Experiência política e eleitorado fiel são seus pontos fortes, mas a rejeição histórica limita o crescimento. Necessita ampliar apelo entre jovens e novos eleitores.
Leandro Grass (11,2%): Nome competitivo na esquerda, com potencial de unificação do campo progressista. Desafio: ampliar penetração nas periferias e atrair o eleitor moderado.

Fred Linhares (9,9%): Crescimento silencioso entre eleitores que buscam renovação. Precisa apresentar plano claro para o DF e evitar canibalização de votos com Arruda.

Ricardo Cappelli (5,3%), Izalci Lucas (3,2%) e Paula Belmonte (3,0%): Todos apresentam pontos fortes em gestão, eficiência e bandeiras específicas, mas sofrem com baixo conhecimento e necessidade de consolidar narrativa e estrutura.

O eleitorado ainda indefinido
Indecisos (13,3%) e votos em branco ou nulos (12,9%) representam cerca de um quarto do eleitorado, e a decisão destes eleitores pode definir o rumo do primeiro turno. O centro moderado também se mostra sensível a propostas concretas de segurança, transporte e saúde, podendo ser decisivo em uma eventual disputa de segundo turno.
A pesquisa IGAPE foi realizada nos dias 10 e 11 de outubro de 2025, com 3.009 entrevistas presenciais no Distrito Federal, margem de erro de ±1,8 ponto percentual e nível de confiança de 95%.
Conclusão
O cenário atual coloca Celina Leão em posição privilegiada, mas a eleição ainda está aberta. Movimentos estratégicos, alianças políticas e comunicação clara sobre propostas concretas podem mudar o panorama e definir os candidatos que disputarão o segundo turno no DF.
Centro moderado: decisivo em 2º turno; propostas de segurança, transporte e saúde com metas mensuráveis fazem diferença.
A pesquisa IGAPE (Out/2025) mostra Celina Leão em posição privilegiada, sustentada principalmente pelo efeito Ibaneis e pela pulverização dos concorrentes. O jogo, porém, está aberto: com 26,2% ainda entre indecisos e branco/nulo e um centro moderado sensível a propostas objetivas, construção de alianças, agenda de entregas e comunicação clara serão os verdadeiros diferenciais para cravar vaga no 2º turno.
Instituto: IGAPE – Instituto Gazeta de Pesquisas (o instituto que mais acertou em 2024).
Coleta: 10 e 11 de outubro de 2025.
Amostra: 3.009 entrevistas presenciais no Distrito Federal.
Margem de erro: ±1,8 p.p. | Confiança: 95%.