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Indicação de Jorge Messias ao STF pode abrir novo desgaste de Lula com Congresso e alas do Judiciário

Por Celso Alonso - Satélite Notícais 

Reprodução / Redes sociais


BRASÍLIA - A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de indicar Jorge Messias, atual advogado-geral da União, para a vaga deixada pelo ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF) promete gerar ruídos não apenas no Senado, responsável pela sabatina do indicado, mas também entre setores do próprio Judiciário.

Messias, considerado um nome de confiança do presidente e próximo ao PT, terá de enfrentar um ambiente político complexo. A escolha de Lula ignorou o movimento de bastidores que articulava a indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apoiado por figuras influentes do Supremo, como Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. A opção, portanto, tende a ser lida como um enfrentamento à ala mais pragmática do STF e a parte expressiva do Congresso.

Com apenas 45 anos, Messias poderá permanecer por três décadas no Supremo, um fator que chama a atenção para a estratégia de Lula. A saída antecipada de Barroso, que ainda poderia permanecer na Corte até os 75 anos, abriu espaço para que o presidente colocasse um aliado de confiança com potencial de moldar a jurisprudência por anos.

Nos bastidores, a leitura é de que Lula não apenas quis consolidar sua influência no STF, mas também apostar em um perfil que lhe garante longevidade política no tribunal. A movimentação, porém, pode ser interpretada como uma manobra que fragiliza o equilíbrio interno da Corte e amplia tensões com o Legislativo.

O Senado, que dará a palavra final sobre a indicação, já sinaliza resistências. Lideranças do Centrão e até mesmo aliados de Pacheco avaliam a escolha como um desprestígio ao Congresso. Para além da disputa política, a indicação de Messias pode significar mais um ponto de atrito no já delicado relacionamento entre Planalto e Legislativo, que recentemente enfrentaram choques em votações sobre cargos e orçamento.

No Judiciário, a leitura também não é unânime. Enquanto setores próximos ao PT celebram a escolha, ministros influentes enxergam na decisão um risco de aprofundar divisões internas na Corte. A lembrança do alinhamento de Messias aos governos petistas reforça críticas sobre a politização das indicações ao Supremo.

A soma desses fatores coloca Lula diante de um cenário de possível desgaste político. De um lado, ele atende à base mais fiel do PT; de outro, abre flancos de contestação no Congresso e no próprio STF. O resultado da sabatina de Messias no Senado será o primeiro termômetro da temperatura política que o presidente terá de administrar daqui em diante.

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