Da Redação
Reprodução TV Senado
BRASÍLIA - Durante sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o deputado federal Zé Trovão (PL-SC) fez duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em tom de desabafo, o parlamentar afirmou que foi vítima de perseguição judicial e classificou a atuação do ministro como um “abuso de autoridade”.
“Alexandre de Moraes me deixou preso por quase 60 dias, com tornozeleira por 18 meses. Sabe o que isso me abalou? Em absolutamente nada. Ele não merece estar na Suprema Corte”, declarou o deputado, relembrando o período em que ficou detido por determinação do STF durante as investigações sobre atos antidemocráticos.
Zé Trovão defendeu que o Supremo deve ser cobrado pelos próprios excessos, e ressaltou que as críticas não são contra a instituição, mas contra o comportamento individual de ministros que, segundo ele, “se colocam acima da lei e da Constituição”.
Veja:
A declaração ocorre em meio às discussões da CPMI que apura irregularidades bilionárias no sistema do INSS, onde associações de aposentados e pensionistas são suspeitas de fraudes em descontos de mensalidades e cadastros de segurados. O deputado utilizou parte do tempo de fala para afirmar que a impunidade e a falta de fiscalização também atingem o Judiciário, e que “o Brasil precisa retomar o equilíbrio entre os poderes”.
A fala reacende o debate sobre os limites das decisões do Supremo e a imunidade parlamentar no exercício do mandato. Apesar do tom duro, Zé Trovão manteve o discurso de que suas críticas expressam indignação pessoal e política, e não incentivo a atos contra instituições.
O episódio reforça um cenário de tensão crescente entre o Legislativo e o Judiciário, especialmente diante de decisões recentes do STF que têm sido interpretadas por parlamentares como interferência indevida em assuntos internos do Congresso.
“Eu não temo o Supremo. Temo o dia em que o povo brasileiro não puder mais falar o que pensa”, afirmou o deputado, encerrando sua fala.