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CAMPANHA - COMBATE A DENGUE


Altos e baixos no governo Everaldo – Prefeito deixa o governo após quatro anos de batalha contra si mesmo.

Com a velha máxima de que vários gestores públicos, em final de mandato, paralisam obras e dispensam funcionários, na tentativa desesperada de fechar as contas e cumprir a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). O prefeito de Novo Gama, Everaldo Vidal (PP), vai na contra mão desta trajetória e reservou para o último mês de seu mandato a realização de concurso público e entrega, segundo ele, de algumas obras. As contas da sua gestão também estão em dia, é o que diz a assessoria.

Mas, nem tudo são flores no mandato de Everaldo que acaba em menos de um mês. Este sem dúvidas foi um dos mais movimentados na política de Novo Gama. Episódios agora escritos marcarão para sempre a história da cidade.

Desde que foi eleito e principalmente nos dois últimos anos, o prefeito Everaldo encarou forte oposição que resultaram em investigações e pedidos de afastamento, bem como desmoronamento da base política que contava inicialmente com dez vereadores. Acredita-se que tudo tenha ocorrido devido a pouca malícia política do prefeito ao selar acordos. Dizem as más línguas que Everaldo “deu corda demais a quem futuramente iria apunhala-lo pelas costas” e “deixou de lado aqueles que derramaram suor para transforma-lo prefeito da cidade”.

O ano de 2015 foi marcado por brigas memoráveis entre a base aliada e a oposição a Everaldo na Câmara Municipal. As sessões passaram a varar tardes a fio, com término às 15h ou 16h e Everaldo ainda enfrentou uma greve de professores que durou exatos 63 dias. Naquele ano a oposição tentou instaurar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito),  conhecida por CPI da Limpeza. O objetivo era definitivamente cassar o mandato de Everaldo.

Apesar de tudo que tinha ocorrido até então, mais uma vez houve mudança no rumo dos fatos. Everaldo, na qualidade de “bom conciliador que se achava”, conseguiu abafar os casos e de certa forma, trouxe de volta parte da Câmara para o seu lado. Todavia, sua verdadeira base, a das ruas, começou a dissipar e tomar outros rumos. “Não fomos valorizados por ele, quando preferiu sentar-se a mesa com inimigos políticos declarados, oferecendo o seu governo como moeda de troca”, disse um ex-correligionário.

Outro fato marcante na gestão de Everaldo foi à ausência da pessoa do vice-prefeito nos assuntos políticos da cidade. O nome de “Belezinha” jamais foi citado em reuniões de trabalho, bem como sua presença não era bem vista pelo gabinete do prefeito. “Belezinha” será até o dia 31/12, uma figura oculta no governo Everaldo que jamais pode participar das decisões do governo. Reza à lenda que tudo começou na reta final da campanha após um desentendimento entre ambos. Já na festa da vitória, o vice apareceu de forma melancólica e daí por diante, sumiu dos bastidores do governo.

Sem apoio
Everaldo também enfrentou o calvário ao não ter apoio, segundo ele, do governo estadual. Os únicos recursos que chegaram ao município durante o seu mandato vieram do FPM-Fundo de Participação dos Municípios e emendas de parlamentares da esfera federal. “Tivemos que fazer mágica para manter as contas em dias e ainda iniciar as obras em andamento”, relatou um servidor do setor de finanças da prefeitura.


Outro fato bastante martelado pelo governo para justificar a falta de recursos foi o “pagamento de uma dívida de 45 milhões, deixada pela gestão anterior, que o governo teve de pagar em parcelas”.

O maior problema, segundo a assessoria de Everaldo, foi a oposição acirrada que teve por parte da então deputada e hoje prefeita eleita Sônia Chaves (PSDB). “Acreditamos que o pouco apoio, quase nenhum, que tivemos do governo estadual se deu porque o nosso maior opositor estava na base do governo Marconi. Para se ter uma ideia, nesses quatro anos o governador nunca veio a Novo Gama para resolver um problema específico da cidade. As poucas vezes que veio, foi para fazer palanque para a nossa adversária, ou para ações do estado e nunca especificamente para o município”, disse outro assessor.


Everaldo bem que tentou, adquiriu recursos para o início das obras de contensão das erosões do Lago Azul e Pedregal, construção de quadras poliesportivas, creches e UBS, mas, o seu grande legado está na saúde pública. O Novo Gama figurou durante bom tempo, entre as cidades com a melhor oferta de saúde publica da região sul do entorno, superando inclusive a do DF em excelência de atendimento.

O castelo de Everaldo começou a ruir definitivamente, quando ajudou a eleger seu então líder de governo na Câmara, Alan do Sacolão para presidência daquela Casa de Leis. Everaldo convenceu os vereadores da base aliada de que o nome correto para o cargo seria o de Alan, “seu futuro algoz”. Mesmo contrariados, os vereadores atenderam ao chamado de Everaldo e deram poderes a Alan. Daí por diante, sentindo o faro do poder, o novo presidente sentiu que podia alcançar voos mais altos e rompeu com o governo ao se lançar sucessor de Everaldo. De quebra, Alan levou sete dos treze vereadores para o seu lado. Assim, Everaldo teve de usar suas ultimas cartas para não ser alvo de cassação. Conseguiu se segurar, mas, sem credibilidade, sem a Câmara e ainda, sem os antes intitulados aliados políticos, bem como os verdadeiros soldados de campanha.

Talvez, o grande martírio da gestão que se despede é mesmo a pouca experiência política que fez com que o governo Everaldo Vidal fosse do céu ao inferno, caindo em desgraça e se despedindo de forma melancólica, muito aquém do que realmente deveria acontecer.

Ao fechar das cortinas, Everaldo tenta uma reviravolta e consegue realizar o seu ultimo ato, deixa em andamento um concurso público que até o ultimo momento, foi alvo de contestação judicial, mas, enfim, realizado.


Fonte - Agência Satélite


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