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Milionário chinês compra dose de uísque por R$ 32 mil e descobre depois que bebida era falsa

Preço foi considerado o mais caro já pago por uma dose de uísque, mas testes revelaram que garrafa era dos anos 1970, e não do século 19.

Por BBC

A dose do uísque Macallan, datado de 1838, custou R$ 32 mil – depois, descobriu-se que a bebida era falsa (Foto: Sandro Bernasconi)

Testes de especialistas concluíram que era falso o uísque cuja dose foi comprada por um chinês milionário por quase R$ 32 mil.

Analistas foram chamados pelo Waldhaus Am See, hotel na Suíça onde a bebida foi vendida, depois que algumas pessoas questionaram a autenticidade da bebida. O chinês escolheu uma garrafa fechada de "single malte", da marca Macallan, datada de 1878.

O preço foi reconhecido como o mais caro já pago por uma dose de uísque. Porém, análises mostraram que dificilmente a bebida foi destilada antes de 1970. O hotel afirmou que aceitou os resultados do teste de autenticidade e devolveu o dinheiro ao cliente.

O comprador havia sido Zhang Wei, de 36 anos, natural de Pequim. Ele é um dos escritores mais bem-sucedidos na China. Em visita ao bar do hotel suíço em julho, ele resolveu pagar 10 mil francos suíços, ou R$ 32 mil, por uma única dose do uísque.

Mas a suspeita de que a bebida era falsa surgiu logo depois da compra, quando especialistas em uísque apontaram discrepâncias na garrafa na rolha e no rótulo.

A controvérsia levou o hotel enviar o uísque para especialistas da cidade de Dunfermline, na Escócia.

Testes de datação de carbono pedidos por pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, mostraram que existe 95% de chance do destilado ter sido criado entre 1970 e 1972.

Além disso, testes de álcool do laboratório Tatlock and Thomson indicaram que o uísque era misturado. Ele seria composto 60% de malte e 40% de grãos – o que retiraria a possibilidade de que fosse um "single malte".

Zhang Wei comprou a dose de Sandro Bernasconi, gerente do hotel Waldhaus, na Suíça (Foto: Sandro Bernasconi)

Os testes também mostraram que a garrafa era uma espécie de item de colecionador. Se fosse verdadeira, custaria em torno de 300 mil francos suíços, ou R$ 950 mil.

'Não sabíamos'

O escritor Zhang, autor de livros de fantasia, tinha uma fortuna estimada em torno de R$ 70 milhões em 2015, segundo o jornal "China Daily".

Ele comprou a dose de uísque ao passar um feriado com sua avó no hotel suíço – local que estoca 2,5 mil diferentes uísques.

O diretor do estabelecimento, Sandro Bernasconi, disse à BBC que o hotel não sabia que a bebida era falsa.

"Meu pai comprou a garrafa de Macallan 25 anos atrás, quando ele era gerente do hotel, e ela nunca foi aberta", disse.

"Quando o senhor Zhang perguntou se ele podia experimentar o uísque, nós dissemos que ele não estava à venda. Mas ele insistiu. Falei com meu pai, e ele disse que nós teríamos de esperar mais 20 anos para encontrar um cliente igual àquele", contou Bernasconi. "Então o senhor Zhang e eu abrimos a garrafa e bebemos apenas uma dose."

Alguns dias depois, o escritor publicou um texto no microblog Weibo, uma das principais redes sociais da China, sobre sua experiência com a dose de "uísque mais cara do mundo".

Em mandarim, ele escreveu: "A minha avó que me acompanhou nessa viagem tem 82 anos de idade – esse uísque tem 139 anos, mesma idade que minha tataravó teria. Para responder a todos vocês, ele tinha um ótimo sabor. Não apenas sabor, mas história também".

Wei Zhang publicou em uma rede social um texto sobre experiência de beber o suposto uísque (Foto: Reprodução/Weibo)

Bernasconi devolveu o dinheiro a Zhang durante uma viagem à China. "Quando eu mostrei os resultados dos testes, ele não ficou bravo. Me agradeceu nossa honestidade e disse que a experiência na Suíça foi muito boa", disse o representante do hotel.

"Quando vendemos nossos uísques antigos e raros, temos o dever de garantir que eles são 100% autênticos e verdadeiros. Por isso mandamos a garrafa para os testes. Os resultados foram chocantes, e nós estamos felizes em poder reembolsar nosso cliente."

David Robertson, cofundador da RW101, que realizou a pesquisa, afirmou que o hotel fez os procedimentos corretos para verificar a autenticidade da bebida.

"Nós gostaríamos de pedir a outros vendedores façam a mesma coisa para checar suas garrafas. Nós temos que usar a inteligência para nos defender de falsificadores que tentam enganar os consumidores."


Fonte - G1/Mundo

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