Após as várias notas de
repúdios proferidas pelos veículos de imprensa do entorno sul do DF,
especificamente aqueles que cobrem os trabalhos da Câmara de Vereadores de Novo
Gama, a inutilidade é a palavra que mais se encaixa naquele legislativo.
No
idioma brasileiro o verbo verear é o ato de exercer o cargo e as funções de vereador.
Em resumo, o vereador é ou deveria ser a ligação entre o governo e o povo. Ele
deve ouvir o que os eleitores querem, propor e aprovar esses pedidos na câmara
municipal e fiscalizar se o prefeito e seus secretários estão colocando essas
demandas em prática.
No
Brasil, no período colonial foi que surgiu as câmaras municipais diante da
necessidade de controlar e organizar as cidades e instaladas nas sedes das
vilas, e eram conhecidas popularmente como “Casa de Homens Bons”, além do que
exerciam suas funções de forma voluntária, ou seja, naquela época os vereantes
não eram remunerados, faziam pelo gosto de poder servir a comunidade,
diferentemente dos dias de hoje.
Foi
somente no século XVII que a denominação "homens bons" foi
substituída por vereador, mas o objetivo apesar de não parecer continuava o
mesmo. Concluindo, como diz o dito popular de Maquiavel, “dê poder ao homem e
descobrirá quem ele realmente é”, as coisas começaram a mudar, pois o
entendimento para o lado contrário falou mais alto, acabando nessa zorra que aí
está.
Dentre
as principais funções cabe ao vereador elaborar as leis municipais e fiscalizar
a atuação do executivo – no caso, o prefeito. São os vereadores que propõem,
discutem e aprovam as leis a serem aplicadas no município. A pergunta é: Será
que a maioria dos atuais vereadores de Novo Gama sabem disso? Pois, alguns agem
como defensores do executivo, blindando-o em supostos desmandos cometidos
contra a administração municipal e até mesmo, como diz o mais sábio dos sábios,
no atual momento “politiqueiro”, “acabam limpando o trazeiro com a outra face
do papel higiênico já usado pelo executivo”.
Lendo
o texto publicado no Correio de Santa Maria, em 08/03, dou maior firmeza aos
meus pensamentos em relação àquele “manicômio” denominado legislativo.
Pasmem!
No início ensaiaram uma tal independência aonde 13 nobres vereadores cobravam,
esperneavam, brigavam, etc., fazendo com que o Executivo mostrasse trabalho.
Com essas atitudes começaram a fazer com que o povo acreditasse que muita coisa
iria mudar para melhor no município. Pelo menos, acreditava-se que o executivo
não faria o que quisesse sem ter quem o fiscalizasse. Mas, foi somente esse
mesmo executivo “arrochar o nó”, ou bater o pé e encurtar a corda, mais preciso
– “diminuir o leite”, que lá estavam a maioria deles nos seios dos mandatários
municipais, murchos semelhante a um maracujá maduro ou uma rosa seca.
A
última peripécia desses foi exatamente na manhã dessa terça-feira (07/04/2020),
ao fechar as portas da Câmara para a imprensa objetivando que essa não
acompanhasse a discussão (já combinada) sobre o aumento da tarifa de iluminação
pública, projeto do executivo. Apesar de agora em ano político se dizerem
“independentes”, aprovaram o tal projeto, massacrando ainda mais o povo
sofrido.
A
ordem partiu unilateralmente do Presidente, vereador Gessivan Diniz dos Santos
(BB), ao ordenar a assessores que fechassem as portas do prédio tão logo todos
adentrassem, deixando de fora somente a imprensa. Ato insano, desrespeitoso e
característico de abuso de autoridade. Ação censurável e contestada por todos
os profissionais que ali estavam no intento de noticiar aquela discussão tão
importante para o município. Na audiência que começaria às 10h, BB autorizou somente
a entrada de PUXA SACOS, ASSECLAS, PARTIDÁRIOS e PRÉ-CANDIDATOS, impedindo
assim o acesso da imprensa.
Pelo
que se pode acompanhar, a fatídica sessão serviu mesmo para lavarem roupas
sujas e proferir ataques mútuos, especialmente entre o líder do governo na
Casa, vereador Celso Carvalho e o principal opositor do governo, vereador
Cristovam Machado. No intuito de defender sua tese, Carvalho “mentiu” em
plenário ao dizer que Machado havia votado favorável ao aumento de salários dos
vereadores e do executivo, citando inclusive que a prova seria a ata daquela
sessão. Minutos depois, ao ser confrontado novamente por Machado a provar tais
afirmações, disse que não havia dito aquilo e sim que foi mal interpretado, ou
seja, o tal vereador não sabe nem o que fala. O certo é que a imunidade de
falar, pensar e agir é somente dentro da legalidade e veracidade dos fatos. Mentir
não faz parte do pacote e pode ser interpretado como sendo quebra do decoro
parlamentar. Mas, que decoro é esse que a Câmara de Novo Gama não tem
competência e interesse para investigar colegas?
Um
ou outro vereador ainda age nos bastidores de forma “parcineira” (parcial e
financeira), mas no fundo, nutre fidelidade ao governo. Já os demais...! Bom,
esses não se pode falar muita coisa, pois estão todos na comissão de frente
servindo como escudos do executivo, aprovando suas supostas mazelas, mas se dizendo
imparciais e compromissados com o povo. Nem mesmo o aumento da taxa de
iluminação pública, que irá custar alguns milhares de reais, esses cidadãos
pagos com o dinheiro público foram capazes de reprovar, sacrificando o pobre
cidadão que irá desembolsar ainda mais do seu suado salário para não ficar no
escuro. Aprovaram isso, às portas fechadas e em ano eleitoral, ou seja, esses
vereantes são realmente muito corajosos ou muito “parcineiros”.
Além
das várias insinuações de conivência com o Executivo, boa parte dos vereadores
ainda é alvo de outras cobranças de cunho legislativo, ou seja: Existe um
vereador que todas as vezes, além de chegar atrasado nas sessões, sai antes
mesmo do término dessa, para dar expediente em um dos seus outros empregos
(laboratório). Tem aquele que além de não ter apresentado qualquer projeto de relevância
durante o seu mandato, ainda passa boa parte das sessões dormindo. Existe o
puxa-saco, que não pode ouvir falar mal do executivo que já quer partir para a
briga. Existe o que muda de opinião no meio do processo, tendo em vista única e
exclusivamente a sua reputação “pessoal” e não o que interessa ao povo. Ainda
tem um que é conhecido por facilitar a invasão de terras sem qualquer
documentação legal e quando é interpelado, usa o seu “leão de chácara” para
apavorar os denunciantes. Há quem diga que o dito cujo já foi inclusive
exonerado em outro órgão a bem do serviço público.
Afinal,
na Câmara de Novo Gama existe de tudo um pouco, mas, trabalho que é bom, apenas
uns poucos fazem jus aos votos recebidos e aos salários que ganham. Os demais
são considerados “lobos em pele de cordeiro”.
Do
que pode aferir dos feitos dos vereadores desta legislatura, não é muito diferente
das anteriores, em que boa parte dos seus mandatos pautaram ações em defender e
referendar única e exclusivamente o Executivo e desde o início, em ampliar seus
próprios benefícios e mordomias. Há que se fazer ressalva, excepcionando as
ações de um ou outro vereador.
Vejam
que quando de sua criação, os Edis/vereadores eram conhecidos como “homens
bons”. De lá para cá, a que ponto se chegou, agora a casa dos “homens bons” se
tornou a “casa dos horrores”. É como a população e os verdadeiros jornalistas
se referem, hoje, à Câmara Municipal de Novo Gama, visto que muitos dos
parlamentares legislam em causa própria e defendem seus interesses e daqueles
que os ajudaram financeiramente nas suas eleições.
Quando
um ou outro vereador destoa dos interesses da maioria é isolado, ignorado e
muitas vezes vítima de retaliações, é o que está acontecendo com o vereador que
denuncia diariamente as mazelas e exige apuração, principalmente, contra a
prefeita Sônia Chaves.
Os
vereadores, numa total afronta aos interesses do povo, ignoram o choro dos que
não tem ninguém por si e agonizam na dor do abandono do poder público. Os que
deveriam fiscalizar o Executivo, agem como um cão de guarda dos interesses do
próprio, ao ponto de querer cercear a apuração dos fatos e transparência das
suas ações.
É
no mínimo estranho, incompressível a insensibilidade daquele que foi eleito
para ser a voz, os ouvidos dos menos favorecidos e, esses representantes
cientes das demandas de seus eleitores, viram as costas e fazem ouvidos moucos
aos gritos das ruas.
Assim,
e aos poucos, a população começa a cair na realidade que a tal “reconstrução”
não passa de falácia e que essa serve apenas para “construir” a vida pessoal
daqueles que se dão bem à custa do povo, pois enchem suas burras, aumentam
patrimônios e deixam para o povo a sensação de serem taxados como “escravos
eleitorais” ou ainda, ao final dessa odisseia, serem chamados de “burros”
propriamente dito.
Daqui
alguns meses, esses mesmos oportunistas estarão novamente batendo a porta dos
incautos eleitores tupiniquins pedindo mais uma vez o voto para continuarem a
locupletarem das benesses do poder para, única e exclusivamente pelo poder.
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