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Fóssil de criança de 250 mil anos é encontrado em caverna da África do Sul

 Pesquisadores descobriram 28 fragmentos de crânio e 6 dentes de Leti, como foi apelidado o espécime mais jovem dos "Homo naledi", que morreu entre os 4 e 6 anos de idade2 min de leitura


REDAÇÃO GALILEU

Fóssil de criança de 250 mil anos é encontrado em caverna da África do Sul (Foto: Wits University)

O Homo naledi é um dos ancestrais humanos mais enigmáticos já descobertos. Ele representa uma espécie que existiu na mesma época em que se acreditava que apenas humanos modernos habitavam a África. Os primeiros restos de um indivíduo desse grupo primitivo foram achados em 2015 e, recentemente, pesquisadores encontraram outra evidência inédita: um crânio parcial de uma criança Homo naledi.

Os resultados foram publicados em dois artigos do periódico PaleoAnthropology. Enquanto um dos trabalhos descreve o material, o outro discorre sobre o contexto e as condições da descoberta. O fóssil foi retirado em 2017 de um complexo de cavernas da África do Sul conhecido como Rising Star, onde também estavam os primeiros resquícios de Homo naledi.

crânio foi visto sozinho, sem nenhuma outra parte corporal por perto, em uma passagem estreita de 15 centímetros de largura e 80 centímetros de comprimento. “Esse foi um dos sítios com fósseis de hominídeos mais desafiadores ao qual tivemos que chegar em Rising Star”, comenta, em nota, Marina Elliott, que esteve nas escavações de 2015 e 2017.

Apesar de difícil, a expedição foi frutífera e recuperou 28 fragmentos de crânio e 6 dentes. “Ao juntarmos o crânio, vimos que não havia partes repetidas e que muitos trechos se encaixavam, indicando que todos eram de uma única criança”, analisa o paleoantropólogo Darryl de Ruiter. O jovem Homo naledi foi nomeado como “Leti”, em referência à palavra “letimela”. De origem sul-africana, a palavra significa “o perdido” em tswana, uma das onze línguas oficiais do país.

Pesquisadores recuperaram dentes de Leti (Foto: Wits University)

O time internacional de 21 pesquisadores estima que o volume do cérebro de Leti era de 480 a 610 centímetros cúbicos, o que corresponde a 90-95% do tamanho desse órgão na fase adulta. Com base na dentição, os especialistas acreditam que a criança tinha entre 4 e 6 anos quando morreu por volta de 250 mil anos atrás. No entanto, como não se sabe exatamente quão rápido os Homo naledi amadureciam, é possível que Leti fosse mais nova.

Outro ponto a ser investigado diz respeito à localização remota do fóssil. Não há marcas visíveis de predadores ou animais que se alimentam de seres mortos. Também não há evidência que indique que os sedimentos ao redor de Leti foram movidos por água ou outros meios. “É mais um enigma entre os vários que rodeiam esse fascinante parente humano já extinto”, diz o pesquisador Lee Berger.

Fóssil de Leti foi encontrado em região estreita da caverna (Foto: Wits University)

Embora muitas perguntas ainda estejam sem resposta, Leti é uma descoberta bastante preciosa. Isso porque encontrar um crânio infantil de hominídeo é extremamente raro, uma vez que esse tipo de material tende a ser fino e frágil. Além disso, a associação entre os dentes e o crânio permite que os especialistas entendam melhor o desenvolvimento e o crescimento da espécie Homo naledi.

Fonte - Galielu

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