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Padre Robson teme que arcebispo de Goiânia seja intimado pela polícia

Em áudios, religioso demonstra preocupação com a intimação de pessoas próximas a ele: "e se não souberem explicar isso?"


Reprodução: Instagram

Goiânia – Novos áudios divulgados com declarações do ex-reitor da Basília do Divino Pai Eterno, em Trindade, padre Robson de Oliveira, de 47 anos, apontam que ele está preocupado com os rumos das investigações. O religioso é suspeito de supostos desvios de dinheiro proveniente da doação de fiéis.

Em novos trechos de conversas, gravadas pelo próprio padre e divulgados pelo Jornal da Record, ele afirma que está preocupado com a investigação de pessoas próximas, inclusive o arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz, de 75 anos. Na gravação. padre Robson afirma temer que as pessoas sejam chamadas e não saibam explicar as situações que o envolvem.

Outra pessoa citada pelo padre é o ex-funcionário da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) Anderson Reiner, que já foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) como um dos laranjas do religioso. Nos áudios, Robson de Oliveira afirma que o homem estaria conversando demais com outras pessoas. “Medo do Anderson estar conversando demais com essas pessoas. Ele está conversando demais com essa noiva e depois quem vai pagar a conta disso?”, questiona ele.

Ainda de acordo com a reportagem, o padre declara que Anderson o compromete. O material exibido aponta que o ex-funcionário escreveu uma carta de 104 páginas, em que afirma que a Afipe era uma rede infindável de corrupção e mentiras, com os relatos disso feitos pelo padre. A carta foi apreendida pela investigação do caso.

Anderson é uma das quatro pessoas, além do padre Robson de Oliveira, que tiveram pedido de prisão preventiva solicitado pela Polícia Federal.

O Metrópoles entrou em contato com a Arquidiocese de Goiânia, que, até o fechamento desta matéria, não deu retorno. Já o ex-funcionário não foi encontrado.

Áudios

A segunda parte dos áudios foi divulgada pelo Jornal da Record nesta quinta-feira (25/11). Nessa quarta-feira (24/11), já tinham sido divulgados alguns trechos, registrados pelo próprio padre Robson durante reunião com advogados, e divulgados pelo mesmo jornal.

O religioso admitiu que participava de um esquema para burlar contratos e sabia do risco de ser preso pela polícia. “Sou chefe da quadrilha”, diz ele em um dos trechos do material que foi apreendido pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO).

Na última quarta-feira (17/11), a Polícia Federal (PF) solicitou a prisão preventiva do religioso, que é analisada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), bem como de mais quatro pessoas, por corrupção ativa. A solicitação foi feita 6 meses depois de a Corte ter suspendido uma investigação criminal contra o padre.

Conforme mostrado pela reportagem, durante a reunião, o padre e a equipe jurídica discutiram estratégias na tentativa de camuflar a ilegalidade de contratos de compras feitas em nome de terceiros pela Afipe.

A entidade foi presidida pelo religioso até ele ser afastado da instituição, após o MPGO deflagrar a Operação Vendilhões, em agosto de 2020.

Ouça o áudio:
 

“Chefe da quadrilha”

A reunião durou quase uma hora, segundo a reportagem. Durante o encontro, uma das pessoas diz ter lido o resultado da possível investigação. Na conversa, o advogado Klaus Marques afirma que a prática realizada pelo grupo é crime organizado e o chefe da quadrilha seria o padre, que confirma: “E eu sou o chefe da quadrilha”.

Na época do diálogo, o padre estava sendo investigado por suposto desvio de dinheiro proveniente da doação de fiéis. A associação, até então presidida pelo religioso, era responsável por administrar cerca de R$ 2 bilhões recebidos para a construção do novo Santuário Basílica de Trindade, segundo o MPGO.

Porém, as quantias foram usadas para possíveis aplicações financeiras, além de compras de fazenda e imóveis de luxo. Apesar da investigação, o STJ mantém trancados o inquérito policial e a ação criminal contra o padre.

Respostas

O advogado Klaus Marques disse ao Metrópoles que desconhece os fatos e afirmou que a Afipe foi pautada pela legalidade. De acordo com ele, a entidade agiu conforme o que estabelece o estatuto da advocacia. A associação informou ainda que nenhuma pessoa mostrada na reportagem tem qualquer relação com a entidade.

Já sobre o novo pedido de prisão preventiva contra padre Robson, o advogado Cleber Lopes confirmou ao Metrópoles que ainda não há decisão sobre a solicitação feita pela PF.

O STJ informou que “não divulga informações sobre ações originárias em segredo de Justiça, as quais estão sob o comando dos respectivos relatores, sob pena de prejuízo ao andamento das investigações”.

Fonte - Metrópoles

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