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Quase 18 mil toneladas de resíduos são retiradas de galerias pluviais do DF em dois meses


Quase 18 mil toneladas de resíduos são retiradas de galerias pluviais do DF em dois meses

Trabalho mecanizado de limpeza e desobstrução das redes associado à videoinspeção feita por um robô melhora o sistema de drenagem em 90%

Por Ian Ferraz, da Agência Brasília | Edição: Carolina Caraballo

No início deste ano, o Governo do Distrito Federal (GDF) iniciou um trabalho associado de limpeza, desobstrução e inspeção das redes de drenagem pluvial. Munido de caminhões desobstruidores e de um robô para videoinspeção, o governo retirou 17,7 mil toneladas de resíduos das galerias pluviais em apenas dois meses.



Contratação de 12 caminhões e uso de um robô torna limpeza das redes de drenagem mais eficiente | Fotos: Joel Rodrigues/ Agência Brasília

Antes da aquisição desses equipamentos, o GDF fazia a limpeza da rede de forma manual e superficial. Esse trabalho era executado por humanos e atingia apenas a superfície e as laterais das redes, dificultando a retirada de todo tipo de resíduos, desde pedaços de madeira a fraldas, restos de sofá, tijolos e areia.

Para se ter uma dimensão da rede, o DF conta com mais de 100 mil bueiros. Com a contratação dos 12 caminhões para operação e a utilização do robô, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) – responsável pelo serviço – tem tornado esse procedimento mais eficiente.


Robô executa o trabalho feito manualmente por mais de 8o homens

“A melhor forma de fazer uma comparação é utilizando o tempo – um trabalho feito manualmente em uma hora e meia é totalmente executado pelo serviço mecanizado em 10 a 12 minutos.

O equipamento faz o trabalho executado por 80 a 100 homens de forma manual, por dia. Além disso, ao contrário do trabalho braçal, que é superficial, os equipamentos limpam e higienizam galerias pluviais inteiras. O que está obstruindo a rede é identificado pelo robô, que faz um trabalho semelhante ao de um exame de endoscopia”, detalha o presidente da Novacap, Fernando Leite.

“Um trabalho feito manualmente em uma hora e meia é totalmente executado pelo serviço mecanizado em 10 a 12 minutos”

Fernando Leite, presidente da Novacap

Segundo a empresa responsável pelos caminhões e pela videoinspeção robotizada, o trabalho melhora o sistema de drenagem em 90%, pois são solucionadas todas patologias associadas às obstruções.

O restante, que não é resolvido de imediato, se refere ao subdimensionamento das redes, algo que demanda obras e adequações. A necessidade desses reparos tem sido monitorada e georreferenciada pela Novacap.

Além de desobstruir as redes pluviais, o sistema minimiza o problema dos alagamentos, como os observados em Ceilândia e no Plano Piloto. “Isso reduz focos de reprodução do Aedes aegypti. Além disso, o novo sistema combate os focos do mosquito dentro das galerias de redes pluviais, uma vez que é sabido que o inseto gosta de depositar suas larvas em locais úmidos”, detalha o presidente da Novacap.

Investimento

O contrato deste serviço teve um investimento de R$ 45 milhões do GDF. Os veículos estão equipados com tecnologia de ponta capaz de realizar a desobstrução mecânica das redes de drenagem pluvial por sucção a vácuo e hidrojateamento – uma das tecnologias mais avançadas na limpeza de tubulações.


GDF investiu R$ 45 milhões em tecnologia capaz de realizar a desobstrução mecânica das redes de drenagem

Caminhões-pipa com capacidade para 10 mil litros dão o suporte aos desobstruidores nas operações de limpeza. Os recursos também serão alocados na reposição de acessórios danificados nas bocas de lobo e poços de visita (PVs).



A videoinspeção robotizada, por sua vez, é uma técnica que utiliza equipamentos capazes de coletar imagens de alta resolução em todo o ambiente da tubulação, permitindo uma análise minuciosa da situação dos trechos examinados.

Esse método permite identificar, no interior da rede, eventuais problemas de vazamentos e obstruções, viabilizando a manutenção otimizada das tubulações e reduzindo grandes impactos na mobilidade urbana da área.

*Colaborou Adriana Izel Agência Brasília

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