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Mãe é presa por omissão de socorro à filha de 5 anos que morreu em UPA

Criança apresentava mal-estar desde domingo (19/5), mas só foi levada a UPA quatro dias depois, com piora do quadro. PCDF investiga o caso


Reprodução

Uma mãe de 37 anos foi presa em flagrante, nessa quinta-feira (23/5), por suspeita de homicídio culposo – não intencional –, após a filha dela morrer devido a uma parada cardiorrespiratória, na Unidade Pronto Atendimento (UPA) de Sobradinho 2. A paciente tinha 5 anos.

Investigações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) revelaram que a mãe, identificada como Jaqueline Caetano Batista (com a filha na foto em destaque), teria omitido socorro a Damares Bezerra Caetano dos Santos, quando a menina passou mal no último domingo (19/5).

Mesmo depois de alguns parentes dizerem a Jaqueline que ela deveria levar Damares ao hospital, a mãe só teria procurado atendimento médico para a menina na madrugada de quinta-feira (23/5), após a criança ter piora no quadro de saúde.

Damares Bezerra Caetano dos Santos, 5 anos, morreu após sofrer parada cardíaca, na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Sobradinho 2 Reprodução

O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) detalhou que a criança chegou à UPA de Sobradinho 2 acompanhada da mãe, por volta das 3h30, e que apresentava parada cardiorrespiratória. A instituição é responsável pela gestão das unidades de Pronto-Atendimento da capital do país.

“Os médicos de plantão iniciaram imediatamente as medidas de ressuscitação [da paciente], mas, infelizmente, devido ao quadro clínico gravíssimo apresentado pela criança, após uma hora de tentativas, o óbito foi confirmado. O Iges-DF aguarda laudo oficial do Instituto de Medicina Legal (IML) para esclarecer a causa do falecimento. Colaboramos plenamente com as autoridades competentes e fornecemos todo o suporte necessário para as investigações em curso”, destacou o instituto, por meio de nota.

Justificativas

Após o atendimento da criança, servidores da UPA acionaram a polícia, diante de suspeitas de que a menina tivesse sofrido maus-tratos. A coluna Na Mira apurou que o médico responsável pelo atendimento de Damares desconfiou que ela havia sido abusada sexualmente, mas os exames periciais descartaram essa possibilidade, segundo o delegado à frente das investigações, Ricardo Viana, chefe da 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho 2).

Em depoimento à polícia, a mãe de Damares relatou que participou de um retiro no último fim de semana e que a menina tinha ficado sob os cuidados da irmã mais velha, de 23 anos, com os demais irmãos.

Jaqueline contou que voltou para casa no domingo (19/5) à noite, quando encontrou a menina com sinais de febre e queixas de dores na barriga, no corpo e nos braços. Contudo, só decidiu buscar atendimento de saúde para a filha quatro dias depois, pois acreditava que ela poderia melhorar – como ocorreu com os irmãos, que haviam adoecido dias antes e ficaram bem.

A mãe acrescentou que deu a Damares remédios para controlar o mal-estar, mas, ao longo da semana, percebeu piora do estado de saúde da filha, que não conseguia mais se alimentar ou ingerir líquidos e apresentou vômitos.

Veículo próprio

A suspeita alegou ainda que pediu dinheiro a alguns parentes para conseguir levar a menina ao hospital durante a semana, pois não tinha condições de transportá-la sozinha, uma vez que também precisa ficar com a filha de 8 meses.

Na madrugada de quinta-feira (23/5), ao notar que Damares estava desacordada e aparentemente sem conseguir respirar, a mãe acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No entanto, a pessoa responsável por atender a ligação na central informou que Jaqueline teria de conseguir um veículo por conta própria para transportar a filha, segundo alegou à polícia.

A mãe e o namorado decidiram, então, pegar emprestado o carro do cunhado dela para levar a criança à UPA de Sobradinho 2, onde tentaram reanimar a paciente, mas Damares teve outra parada cardíaca pouco depois.

A Polícia Civil indiciou Jaqueline por homicídio culposo e definiu fiança de R$ 1 mil para soltura dela, pelo fato de estar desempregada e em fase de amamentação. O Conselho Tutelar também foi acionado para verificar a situação dos outros demais filhos da suspeita.

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