Policial foi ferido à queima-roupa e teve arma roubada durante patrulhamento; estado de saúde é estável, mas clima na comunidade é de apreensão
Foto - Metrópoles
Da Redação
Um policial militar foi baleado no pescoço na tarde desta quinta-feira (7) durante uma abordagem em Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo. O agente, identificado como cabo Johannes Santana, foi atingido à queima-roupa após entrar em luta corporal com dois suspeitos. Mesmo ferido, ele conseguiu acionar o socorro. A arma do policial foi levada pelos criminosos.
Segundo a Polícia Militar, a equipe do 1º Batalhão Metropolitano realizava patrulhamento de rotina quando avistou uma motocicleta ocupada por dois homens suspeitos de envolvimento em uma série de roubos na região de Santo Amaro. Durante a perseguição, o cabo acabou se distanciando do companheiro e ficou sozinho ao abordar os suspeitos dentro da comunidade.
Na tentativa de abordagem, houve confronto físico. O policial chegou a usar uma arma de choque, sem sucesso. Um dos criminosos tentou soltar o comparsa que estava sendo contido, enquanto o outro disparou contra o pescoço do PM. Após o disparo, os dois fugiram levando a pistola do policial.
Confira o vídeo
Apesar da gravidade do ferimento, o cabo Johannes conseguiu se levantar e pedir ajuda. Ele foi socorrido por uma aeronave do helicóptero Águia da PM e levado ao Hospital das Clínicas, onde permanece internado. Segundo a corporação, o policial está consciente e estável. Médicos informaram que ele sofreu fratura em uma vértebra da coluna, mas, até o momento, não apresenta comprometimento motor. O próprio policial falou com a esposa por telefone para tranquilizá-la.
Vídeos gravados por moradores mostram o momento do disparo. Em uma das imagens, é possível ouvir uma testemunha dizendo: “Chapou, mano, o cara deu um tiro num policial”.
Polícia reforça patrulhamento e investiga arrastão
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que o caso foi registrado no 89º Distrito Policial. As investigações indicam que os suspeitos baleados participaram de um arrastão na região, com pelo menos nove vítimas.
O policiamento foi reforçado em Paraisópolis com o objetivo de localizar os envolvidos e recuperar a arma roubada. Diversas ruas da comunidade foram bloqueadas para facilitar as buscas.
Tensão e medo entre moradores
A presença policial intensa provocou tensão no bairro. Moradores se aglomeraram nas vielas para acompanhar a movimentação das viaturas. O fechamento de vias coincidiu com o horário de saída das escolas, o que provocou congestionamento nas ruas estreitas da comunidade.
— Eles não vão sair daqui enquanto não acharem quem atirou — disse um morador ao Globo, sob anonimato.
Outro residente afirmou que a situação poderia ter escalado ainda mais:
— Se ele tivesse morrido aqui, a situação estaria muito pior.
No comércio local, televisores exibiam programas jornalísticos que acompanhavam a operação em tempo real. A apreensão tomou conta da rotina.
— A polícia costuma agir mais à noite. Eu é que não quero estar na rua — comentou um comerciante da região.
