A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) abriu um novo cenário político para a direita brasileira e trouxe de volta à mesa a discussão sobre o futuro do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Mais do que a inelegibilidade de Bolsonaro, o julgamento evidenciou o alinhamento do STF a interesses da esquerda e reforçou a percepção de perseguição judicial contra o campo conservador.
Até então, havia uma pressão para que Tarcísio disputasse a Presidência em 2026, visto que Bolsonaro poderia tentar retornar ao Planalto em 2030. Contudo, com a decisão do STF que estendeu a inelegibilidade do ex-presidente para além de 2034 e, em cenário mais pessimista, até 2062, o cálculo político mudou. Tarcísio agora surge como o nome natural da direita, sem a necessidade de sacrificar uma reeleição praticamente encaminhada em São Paulo.
Enquanto Lula (PT) sinaliza que tentará a reeleição, analistas apontam que o Partido dos Trabalhadores carece de nomes competitivos para sucedê-lo. O cenário é de fragilidade dentro da esquerda, que não consegue formar novas lideranças capazes de rivalizar com a força popular do bolsonarismo.
Ao mesmo tempo, cresce a crítica de que o STF ultrapassa seu papel constitucional e atua como protagonista político. Durante o julgamento, ministros chegaram a ironizar a situação, em um comportamento visto como incompatível com a seriedade exigida da Suprema Corte. Para apoiadores da direita, esse ativismo judicial mina a credibilidade do tribunal e expõe um viés persecutório contra Bolsonaro e seus aliados.
Diante disso, o governador paulista tem espaço para consolidar seu legado em São Paulo, com a possibilidade de se lançar como candidato presidencial em 2030, liderando uma direita fortalecida e sem a sombra de Lula no Planalto. Entretanto, há quem defenda que, frente aos abusos do STF e à ausência de alternativas viáveis no campo progressista, Tarcísio poderia antecipar esse movimento já em 2026.
O que fica evidente é que a condenação de Bolsonaro, mais do que retirar um ator do jogo, mostra a fragilidade da esquerda e reforça a necessidade de a direita se unir em torno de novas lideranças. E nesse tabuleiro, Tarcísio de Freitas desponta como o nome mais forte para enfrentar a velha máquina petista e o STF politizado.