Por Celso Alonso - Agência Satélite
A família do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, voltou ao centro das atenções ao adquirir uma mansão de 725 m² no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, por R$ 12 milhões, pagos à vista no fim de agosto. A transação milionária acontece em um momento de forte exposição do magistrado, que segue protagonizando julgamentos polêmicos e concentrando poder no STF.
Compra relâmpago e pagamento à vista
De acordo com escritura registrada em cartório, o imóvel foi adquirido por meio do “Lex – Instituto de Estudos Jurídicos LTDA.”, empresa da qual a esposa de Moraes, a advogada Viviane Barci de Moraes, é sócia ao lado dos três filhos. O instituto já possui outros imóveis em nome da família.
Segundo o documento, o pagamento foi feito em duas parcelas de R$ 6 milhões cada, sem financiamento ou qualquer intermediação bancária. Além disso, a família desembolsou outros R$ 240 mil de ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis).
Fotomontagem - Metrópoles
Fotomontagem - Metrópoles
A construtora vendedora, Construtora Modelo LTDA., havia adquirido o terreno em 2020 por apenas R$ 2,1 milhões. Posteriormente, demoliu a construção original e ergueu a mansão atual, registrada em fevereiro de 2024 com área total de 725 m².
O alto valor da aquisição chama atenção diante do salário bruto de R$ 46,3 mil recebido mensalmente por Moraes como ministro do STF. Mesmo com a esposa atuando no ramo da advocacia, a compra à vista de uma propriedade milionária em Brasília — além de outros imóveis já conhecidos da família em São Paulo — alimenta dúvidas sobre a origem dos recursos.
Enquanto milhares de brasileiros enfrentam dificuldades econômicas e dependem de políticas públicas básicas, a família de um dos homens mais poderosos do país ostenta um padrão de vida muito acima da realidade da população.
A exposição do patrimônio dos Moraes ocorre em paralelo a episódios recentes que já geraram desconforto público, como o uso de voos da Força Aérea Brasileira (FAB) por familiares e a proximidade do ministro com integrantes do governo federal. Soma-se a isso a postura cada vez mais questionada de Moraes no STF, onde seus votos e decisões têm sido criticados por excesso de poder e falta de imparcialidade.
Procurado pela imprensa, Alexandre de Moraes optou por não comentar a compra da mansão. O endereço exato e imagens da residência foram preservados por questões de segurança.
A ausência de explicações oficiais, contudo, aumenta a percepção de distanciamento entre a realidade da cúpula do Judiciário e a dos cidadãos comuns, em um país onde o contraste entre os palácios e a vida cotidiana da maioria se torna cada vez mais evidente.
