O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou que o país irá se posicionar oficialmente nos próximos dias em relação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista ao canal norte-americano Fox News, Rubio classificou a decisão do STF como mais um episódio de ativismo judicial e perseguição política, afirmando que “o Estado de Direito está se desintegrando” no Brasil.
Segundo Rubio, a condenação do ex-presidente, que resultou em 27 anos e três meses de prisão por crimes contra a democracia, evidencia um comportamento extraterritorial do Judiciário brasileiro, que, em sua avaliação, chegou a ameaçar cidadãos e empresas norte-americanas. “Temos esses juízes ativistas – um, em particular – que não só perseguiu Bolsonaro, mas tentou exercer poder além das fronteiras do Brasil. Haverá uma resposta dos EUA a isso”, declarou o secretário.
Rubio reforçou que o cerne do problema vai além do julgamento, apontando para uma campanha de opressão judicial que, segundo ele, afeta inclusive pessoas e empresas fora do Brasil. Para aliados de Bolsonaro, a postura do governo Trump demonstra compromisso com a defesa de direitos e com a proteção de líderes políticos frente a abusos de juízes ativistas.
A reação do Departamento de Estado norte-americano já vinha ocorrendo antes mesmo da condenação, com sanções aplicadas a Alexandre de Moraes e outras autoridades da Corte brasileira sob a Lei Magnitsky. Rubio classificou Moraes como “violador de direitos humanos” e destacou que os EUA responderão à perseguição política e à censura no Brasil.
Outros representantes norte-americanos, como o vice-secretário Christopher Landau e o subsecretário Darren Beattie, reforçaram o tom crítico à decisão do STF, qualificando-a como censura e perseguição. Landau destacou que a medida judicial conduz as relações Brasil-EUA ao seu ponto mais sombrio em dois séculos, enquanto Beattie afirmou que os Estados Unidos levam o episódio “com a maior seriedade”.
No cenário doméstico, o deputado federal Eduardo Bolsonaro afirmou que espera novas sanções internacionais contra autoridades da Corte brasileira, incluindo Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, seguindo o modelo da Lei Magnitsky já aplicado anteriormente.
O episódio marca uma nova fase na diplomacia entre os dois países, com os Estados Unidos se posicionando como defensores de Bolsonaro e críticos do ativismo judicial brasileiro, sinalizando que medidas internacionais de pressão devem continuar caso o cenário no STF permaneça como está.