Iniciativa busca transformar a região em polo industrial estratégico, mas debate esquenta nas redes sociais sobre viabilidade e impactos.
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Por Celso Alonso - Agência Satélite
Santa Maria, tradicional porta de entrada do Distrito Federal para mercadorias vindas do Sudeste, pode ganhar um novo papel estratégico na economia local. O Polo JK, Área de Desenvolvimento Econômico de Santa Maria, é visto como alternativa para a instalação de grandes empresas, indústrias e atacadistas, com potencial para se tornar, nos próximos anos, o novo SIA.
A iniciativa é liderada pelo líder político e influencer de Santa Maria, Daniel Radar, que possui mais de 10 mil seguidores em suas redes sociais. Radar que é uma das principais lideranças políticas e comunitárias de Santa Maria, já disputou uma cadeira na Câmara Legislativa e nas últimas eleições obteve mais de 12 mil votos, quando teve sua campanha marcada por não utilizar verbas públicas e centralizar a sua campanha nos limites da cidade. “É fundamental atrair empresas para gerar oportunidades para nossa população e fortalecer a economia local”, afirma Daniel Radar.
Radar recebe apoio da senadora Damares Alves - Foto - Radar Digital Brasília
Radar enfatiza que não existe desenvolvimento “natural” de uma região; ele só acontece quando há intencionalidade. Segundo ele, o progresso das regiões administrativas se torna consistente quando o Estado investe em escolas, postos de saúde, mobilidade e infraestrutura, e quando o setor privado gera empregos e movimenta a economia.
“O Polo JK já é uma realidade. Falta apenas a intencionalidade do Estado em investir na região e criar incentivos fiscais que atraiam empresas para se instalarem aqui. Não se trata de acabar com o SIA, mas de ter visão estratégica para descentralizar empresas e indústrias, criando novos polos em regiões como Santa Maria e nas demais extremidades do DF”, destaca Radar.
A iniciativa também encontra apoio da população. Por meio de suas redes sociais, o morador e internauta Willian Guedes comentou. “Agora, sim, eu vi uma proposta decente para o Polo JK. Eu, como morador da cidade, com formação técnica voltada para o segmento industrial, nunca entendi como um espaço daquele, com potencial imenso de realmente ser um Polo Industrial desenvolvido, nunca tinha sido visto como tal. Estrategicamente, o Polo está em um local muito bom para receber e escoar produção. Avante nessa iniciativa! Tenho certeza que trará excelentes benefícios para a região.”
Por outro lado, a iniciativa divide opiniões e o debate está acalorado nas redes sociais. O corretor Rodrigo Ferreira, com 25 anos de experiência no mercado, criticou a narrativa. “Discordo da narrativa. Primeiro, se fosse assim, vários setores de Brasília estariam vazios ou teriam migrado, e não tenho visto isso acontecer. É a mesma coisa dizer que os inquilinos da parte central de Brasília irão migrar para outro lugar porque logisticamente é mais prático ou mais barato, o que não existe em nossa cidade. O que acontece é uma expansão natural da cidade, fazendo com que abram novos polos industriais, condomínios e afins. Brasília continuará sendo Brasília, SIA sendo SIA. Até porque o que atrai as indústrias é o incentivo fiscal, e se fosse assim, elas passariam nem por Santa Maria, mas para a divisa com Goiás, onde os incentivos fiscais, custos de aluguel e preços de imóveis são muito mais atrativos.”
Defensores da iniciativa afirmam que a descentralização poderia gerar mais empregos próximos às residências, reduzir o fluxo de veículos pesados nas vias, desafogar o transporte público e melhorar a qualidade de vida da população, criando um ciclo virtuoso de desenvolvimento para toda a comunidade.
Com o Polo JK, Santa Maria se apresenta como uma alternativa estratégica para o setor de distribuição, integrando crescimento industrial, logística ágil e melhorias na vida urbana para o Distrito Federal e o Entorno Sul, enquanto o debate sobre seus impactos e viabilidade segue em alta.
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