“É um direito de Vossa Excelência ir ao Supremo, como faz quase diariamente” - Hugo Motta
Foto - Reprodução Gazeta do Povo
Por Celso Alonso - Agência Satélite
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), voltou a protagonizar um daqueles episódios que já viraram marca registrada de sua atuação: ao perder no voto, corre para o Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta quarta-feira (17/9), durante a votação da PEC da Blindagem, o petista reclamou do andamento da sessão e anunciou que, mais uma vez, iria à Corte para tentar reverter o resultado.
“Vamos, num caso como esse, recorrer ao Judiciário, porque está ferindo a Constituição, que diz que a matéria rejeitada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. Só nos resta depois de recorrer à CCJ [Comissão de Constituição e Justiça], recorrer ao STF”, disse Lindbergh.
A declaração virou motivo de chacota. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ironizou de imediato. “É um direito de Vossa Excelência ir ao Supremo, como faz quase diariamente”. A resposta arrancou risadas e comentários maliciosos no plenário, evidenciando o quanto a prática de Lindbergh já virou piada entre os colegas.
Na votação, o destaque que previa o retorno do voto secreto em processos contra deputados e senadores teve 314 votos favoráveis e 168 contrários. Derrotado mais uma vez, Lindbergh insistiu no discurso de recorrer à Justiça, como se fosse um carimbo automático em sua trajetória parlamentar.
O episódio mostra o isolamento político do petista, que parece ter trocado a arte da negociação pela estratégia de espernear e judicializar. Enquanto a PEC da Blindagem segue firme para o Senado, Lindbergh coleciona mais uma derrota — e a fama de político que, ao invés de convencer, prefere fazer papel de reclamão profissional.
