A decisão foi motivada por uma condenação definitiva por calúnia e difamação contra o ex-deputado Jean Wyllys (PT), originada em uma postagem de 2017. Na ocasião, Frota compartilhou uma frase falsa atribuída a Wyllys nas redes sociais, dando início a uma disputa judicial que evoluiu para sentença transitada em julgado. Com base nisso, a Câmara decidiu pelo afastamento imediato.
Apesar de hoje ocupar um cargo de vereador em uma cidade de médio porte, a trajetória de Frota sempre esteve mais ligada à visibilidade nacional do que à atuação local. Seu auge político ocorreu quando surfou a onda bolsonarista em 2018, elegendo-se deputado federal com votação expressiva impulsionada pela popularidade de Jair Bolsonaro. No entanto, ao romper com o então presidente e assumir postura crítica ao governo, passou a enfrentar forte rejeição entre antigos apoiadores.
Sem base eleitoral consistente após o rompimento, perdeu protagonismo e acabou migrando para disputas menores. Sua eleição em Cotia se deu mais pelo coeficiente eleitoral do partido do que por votação própria expressiva — sinal de que o prestígio nacional não se converteu em liderança regional.
Agora, com a cassação, Frota volta ao centro do debate público não por ações parlamentares ou conquistas administrativas, mas por mais um revés em uma sequência de derrotas acumuladas desde que rompeu com o campo político que o projetou.
Nas redes sociais, ele afirma que trabalhou com dedicação e que recorrerá para reverter a decisão. Jean Wyllys, por sua vez, considera o resultado uma reparação moral.
No fim, o episódio evidencia uma ironia recorrente na política brasileira: alguns nomes que chegaram ao poder pelo barulho também acabam lembrados mais pelo estrondo da queda do que pelo serviço prestado.