Page Nav

HIDE

Últimas notícias:

latest

CLDF - MACHISMO NÃO

 Por Celso Alonso

Reprodução

RIO DE JANEIRO - A terça-feira (28/10) amanheceu sob fogo cruzado na zona norte do Rio de Janeiro. A megaoperação policial deflagrada nos complexos do Alemão e da Penha contra o Comando Vermelho (CV) terminou com 64 mortos, entre eles quatro policiais — dois civis e dois militares. Com 2,5 mil agentes mobilizados, a ação já é considerada a mais letal da história do estado, marcando um dos episódios mais sangrentos da segurança pública fluminense.

Durante a ofensiva, as forças policiais prenderam 81 suspeitos e apreenderam 75 fuzis, além de um vasto arsenal de munições e granadas. As comunidades se transformaram em verdadeiros campos de batalha, com criminosos reagindo com drones, explosivos e barricadas em chamas para conter o avanço das tropas. Imagens registradas no local mostraram o fogo se espalhando por vielas e casas, enquanto o som de tiros ecoava durante todo o dia.

Reprodução/Redes sociais


Entre os policiais mortos, estão o delegado Marcos Vinícius Cardoso Carvalho, chefe da 53ª DP (Mesquita), conhecido como Máskara, e o investigador Rodrigo Velloso Cabral, da 39ª DP (Pavuna). Do lado da Polícia Militar, Cleiton Serafim Gonçalves e Herbert, ambos integrantes do Bope, perderam a vida durante o confronto.

Em coletiva realizada no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), o governador Cláudio Castro (PL) lamentou as mortes, mas destacou que a operação era “inevitável diante do avanço territorial do crime organizado”. Castro afirmou que não houve apoio do governo federal, ressaltando que pedidos anteriores de empréstimo de blindados foram negados três vezes por falta de autorização da Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

Vídeo do Youtube

“O estado está fazendo a sua parte, mas o governo federal precisa entender que a segurança pública é uma missão conjunta. Negar apoio é fechar os olhos para a realidade do Rio”, declarou o governador.

Durante a entrevista, o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, foi informado da prisão de Thiago do Nascimento Mendes, o Belão do Quitungo, apontado como braço direito de Edgard Alves de Andrade, o Doca — uma das principais lideranças do Comando Vermelho. A captura é considerada um dos principais resultados da operação.

Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o objetivo da ação era cumprir 51 mandados de prisão contra traficantes ligados à facção. O órgão também informou que 67 pessoas foram denunciadas por associação ao tráfico, e três por tortura. O Complexo da Penha, por sua localização estratégica e proximidade com vias expressas, é apontado como um dos centros logísticos do tráfico carioca, facilitando o escoamento de drogas e armas para outras regiões da capital.

Com o saldo trágico de mortos e feridos, a operação reacende o debate sobre os limites da atuação policial, a ausência de coordenação entre os governos estadual e federal, e o dilema da violência crônica nas comunidades do Rio. Apesar das prisões e apreensões expressivas, o rastro de destruição e as perdas humanas deixam claro que a guerra entre o Estado e o crime ainda está longe do fim.

Latest Articles