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Citação de Lulinha em anotações da PF volta ao debate e amplia desgaste do governo Lula

Por Celso Alonso


Em meio a um cenário de desgaste político provocado por sucessivas crises e pelo escândalo envolvendo fraudes no INSS, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta novo constrangimento com a repercussão de antigas investigações que citam diretamente seu filho, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha. Embora os processos tenham sido arquivados pela Justiça, a reaparição do tema no debate público reforça críticas à postura do presidente, acusado por adversários de omissão diante de episódios que atingem sua família.

A menção a “Fábio (filho de Lula)” consta em anotações apreendidas pela Polícia Federal durante a Operação Lava Jato, no contexto das investigações sobre o Sítio de Atibaia e a empresa Gamecorp, da qual Lulinha foi sócio. As anotações, encontradas em uma agenda recolhida pelos investigadores, indicavam preocupação com o avanço das apurações e com a origem de recursos que sustentaram investimentos milionários na empresa.

A Gamecorp recebeu, em 2005, aportes significativos da Telemar, companhia que operava concessões públicas de telefonia, o que levantou suspeitas de possível favorecimento político. À época, o caso ganhou grande repercussão e passou a ser explorado como símbolo de supostos conflitos entre interesses privados e o poder público durante os governos petistas.

Apesar de todo o material reunido pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, as investigações relacionadas à Gamecorp acabaram arquivadas em 2022. A decisão ocorreu após o Supremo Tribunal Federal reconhecer a suspeição do então juiz Sergio Moro em processos ligados a Lula, o que levou à anulação de atos e ao encerramento de diversas ações penais envolvendo o ex-presidente e pessoas de seu círculo familiar.

Depoimentos colhidos durante a apuração também alimentaram a controvérsia. Jacó Bittar, pai de Fernando Bittar — apontado como proprietário formal do Sítio de Atibaia — relatou a proximidade da família com Fábio Luís e afirmou que Lulinha chegou a residir temporariamente no local. Esses relatos, embora não tenham resultado em condenações, permanecem registrados nos autos e seguem sendo usados como munição política.

O silêncio do presidente Lula diante da retomada dessas citações tem sido explorado por opositores, que veem na ausência de posicionamento uma tentativa de evitar desgaste adicional em um momento já delicado do governo. A crise no INSS, que afeta diretamente a imagem da administração federal junto à população mais vulnerável, potencializa o impacto político do tema e amplia a cobrança por explicações públicas.

Assim, mesmo sem efeitos judiciais concretos, a lembrança das investigações envolvendo Lulinha volta a tensionar o ambiente político em Brasília. O episódio evidencia que, no campo da política, arquivamentos judiciais nem sempre encerram debates — sobretudo quando se somam a um contexto de crise institucional e percepção de falta de transparência no comando do país.

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