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Menino de 13 anos detido por furto em São Cristóvão volta à escola e entra na linha com bronca de mãe


Menor detido abraça a mãe Foto: Fábio Guimarães
Bruno Alfano

Uma boa bronca dos pais colocou Z., de 13 anos, de volta ao bom caminho. No dia 6 de março, aos 12 anos, ele foi detido, acusado de participar do furto do cordão de uma mulher em São Cristóvão. Na ocasião, Z. foi levado com Y. para a 17ª DP (São Cristóvão). Eles têm a mesma idade, mas Y., com medo de ser mandado para um abrigo, disse à polícia que tinha 6 anos, e o caso ganhou as manchetes dos jornais. Quase três meses depois, Z. voltou a escola e tenta apagar os erros — enquanto o colega, como mostrou o EXTRA ontem, segue na vida de drogas e pequenos furtos.

— Demos uma bronca nele e proibimos de andar com aquele menino. Foi um susto para a gente. Ele é um bom garoto. Só precisava entrar na linha — disse a mãe de Z., cozinheira em de um pequeno restaurante no Morro do Tuiutí, onde a família mora.

Z. é tímido e não gosta de falar sobre o que aconteceu na manhã em que foi detido. Não quis receber a reportagem e, por insistência da mãe, apareceu no portão de casa. Disse só que a escola onde foi matriculado depois de ser pego pela polícia é boa e que não queria conversar. A rotina dele, agora, é ficar de 7h às 15h no colégio. Depois vai para casa, brinca na vila onde mora e tira um tempo para o dever de casa.

A mãe da criança conta que ele não estava estudando até o começo de março por não ter achado vaga em unidades de São Cristóvão. O antigo colégio dele só tem até o sexto ano, que o menino completou no fim de 2014.

— Ele foi transferido para uma escola no Caju e lá é longe. Eu estava procurando alguma por aqui quando tudo aconteceu — disse a mãe do menino: — As vagas reabriram no final de março e eu consegui colocar ele na escola. Minha filha estuda lá e eu já conheço a diretora, a professora, todo mundo. Fico tranquila com ele lá.

Já Y., a criança que pegou o cordão no dia do crime — e passou para Z., que, no susto, jogou a joia em um bueiro —, segue fora da escola. O menino é analfabeto e confessou que segue praticando pequenos furtos nos bairros de São Cristóvão e Benfica.

— Meu irmão de 9 anos está aprendendo a ler e eu não sei. Queria ir para outra escola, mas só roubo porque não dão nada pra gente — afirmou, pouco depois de ter dado uma tragada num cigarro de maconha oferecido por um jovem.

Segundo contam seus vizinhos, nos dias em que consegue algum dinheiro roubando no asfalto, Y. compra refrigerante e distribui entre as crianças na favela.

A mãe de Y. já foi internada quatro vezes para se tratar de problemas com drogas. O menino é criado pelo avô, que é pedreiro, de 55 anos.


Fonte - Extra Rio

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