Um
dos principais motivos para o aumento da criminalidade em Santa Maria é a
participação de menores nos crimes que muitas vezes saem impunes, bem como o
tráfico de drogas que está generalizado na cidade.
Nem
mesmo ações das Polícias Civil e Militar tem trazido segurança aos moradores da
cidade. Crimes contra o patrimônio tem se tornado rotina e nem mesmo a
instalação de segurança eletrônica, tem colocado freio na ação de marginais que
muitas, devido a sensação de insegurança, tem agido em plena luz do dia. Muitas
dessas ações delituosas acabam em tragédias, que na maioria das vezes, quem
leva a pior são as vítimas desses meliantes ao esboçar qualquer reação são
alvejados por armas brancas ou de foto e tem suas vidas ceifadas devido ao
aumento desenfreado da criminalidade em Santa Maria.
Comerciantes
e moradores afirmam que a polícia faz rondas diárias na cidade e que chegam a
prender suspeitos. Porém a maioria dos crimes cometidos são praticados por
menores de idade, que muitas vezes não recebem punição adequada e voltam a
cometer crimes de maior gravidade. Um comerciante de 38 anos, que não quis se
identificar, disse que falta punição, faz com que a criminalidade cresça na
cidade. Com medo, ele contratou seguranças particulares para o estabelecimento
dele. "Como eu trabalho à noite, preciso contratar pessoas para vigiar meu
comércio a partir das 23 horas. Nós não temos segurança em Santa Maria apesar
do efetivo policial. É um local que se tornou muito perigoso", contou.
Na
última semana, por exemplo, um comerciante local fechou as portas de uma de
suas doze lojas devido ao aumento da criminalidade. “Em apenas dois dias a
minha loja foi assaltada três vezes, duas delas em um único dia”, disse Marcelo
Teixeira, proprietário da rede Cristo Rei.
Segundo
o empresário, não tem como fazer qualquer tipo de investimento, pois os
meliantes de imediato, “levam tudo”. “Eu fico triste, mas, infelizmente estou
demitindo cinco funcionários e fechando mais uma loja devido a omissão do
estado. Nós, comerciantes, não temos segurança alguma. Não vejo outra luz no
fim do túnel a não ser abandonar Santa Maria, pois a situação aqui está ficando
insustentável”, falou.
Moradores
relatam que o policiamento é reforçado e que sempre há operações. Entretanto,
quando termina as operações. Os marginais voltam a tomar conta, ressalta
Francisco
de Assis Nogueira, morador da quadra 118 questiona o porquê da falta de
segurança na cidade, uma vez que há efetivo. "Nós questionamos o motivo da
falta segurança em Santa Maria, até porque o efetivo policial é um dos maiores
do DF em proporção ao número de habitantes. Assim mesmo, a nossa cidade fica à
mercê dos bandidos", questionou.
Morador
de Santa Maria há 24 anos o aposentado Delfino Motta, 75 anos, disse que a
cidade não é tranquila como antigamente. Segundo ele, as pessoas que chegam já
percebem a insegurança e o tráfico de drogas que toma conta do local. Na
maioria das vezes os criminosos são menores de idade que não se preocupam com a
presença da polícia. "Hoje dois rapazes, que vieram trabalhar aqui,
me perguntaram se eu sabia se existia uma casa para alugar em uma quadra que
não fosse perigosa. Ou seja, eles consideram que Santa Maria é uma cidade que
não oferece tranquilidade”, contou.
De
acordo com relatos dos moradores e comerciantes, um dos principais
incentivadores da criminalidade na cidade são os “botecos” e distribuidoras de
bebidas que ficam abertas até altas horas da noite, ou até mesmo a noite toda,
que além de bebidas, algumas vedem entorpecentes. “Essas distribuidoras são
incentivo à criminalidade. Em frente a elas sempre nos deparamos com jovens
consumindo bebidas alcoólicas e fazendo uso de drogas, na maioria das vezes, esses
são menores de idade. Sempre acontecem brigas nos locais e nos últimos dias”,
relatou um comerciante que não quis se identificar. O comerciante ainda
comentou que já teve o seu comercio arrombado por duas vezes. “Da última vez
tive prejuízos superiores a R$ 20 mil. Além da bagunça que fizeram, ainda
deixaram latinhas de cerveja e “toco” de cigarro dentro da minha loja”,
completou.
Outros
comerciantes também reclamam da sujeira deixada pelos frequentadores desses
comércios. “Sempre que chego para trabalhar pela manhã, tenho que lavar a
frente do comércio, pois até urinar e defecar na porta da minha loja, eles
fazem. Meses atrás não tive como abrir o meu comércio devido haver uma pessoa
morta em frente a uma distribuidora de bebidas vizinha, ou seja, eles ficam
abertos a noite toda e durante o dia somos prejudicados pelos desmandos
cometidos em razão do funcionamento sem fiscalização desse tipo de comercio”,
contou outro comerciante vizinho de uma distribuidora.
O
policiamento é feito pelo 26º Batalhão de Policia Militar que constantemente
realiza operações para coibir o tráfico de drogas, assaltos a comércios e
transeuntes. De acordo com um sargento lotado no batalhão, dentre outros
problemas tais como a falta de viaturas, combustível e equipamentos, o efetivo
é reduzido devido à falta de policiais para substituir aqueles que estão de
atestado médico, afastados por algum motivo, os que estão em serviços
administrativos, bem como os que se aposentam. “Além da necessidade de
valorização do policial que está no efetivo, ainda há a necessidade da
realização de concurso para completar o quadro que há muito tempo está
defasado”, enfocou.
Fonte - Agência Satélite
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