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Paciente com suspeita de apendicite espera 11 h por atendimento no DF

Diretor de hospital de Taguatinga admite déficit de médicos; plantonista faltou. Homem não pôde ter diagnóstico pois também faltava técnico para exame.

Mateus Vidigal
Do G1 DF


Com suspeita de apendicite, um homem esperou 11 horas por atendimento em um hospital público no Distrito Federal neste domingo (15). O problema continuou mesmo depois de ser recebido por um clínico: não havia profissionais para realizar exame de ultrassonografia, e Eduardo Brandão teve de voltar para casa. Ao G1, o diretor da unidade de saúde de Taguatinga, Edmon Fernando Araújo, afirmou que um dos plantonistas faltou sem apresentar justificativa.

“O atendimento não parou para os casos mais graves, com as cores [de pulseiras pós-triagem] vermelho e alaranjado”, disse. A reportagem também procurou a Secretaria de Saúde, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem.

Falaram não era possível determinar a doença sem o ultrassom e nos mandaram retornar na segunda ou na terça-feira. Não tínhamos mais o que fazer lá"
Pollyana Brandão,
irmã do paciente

Irmã do paciente, a advogada Pollyana Brandão conta que ele chegou às 9h ao hospital. O primeiro contato com um médico ocorreu pouco antes das 20h. O profissional afirmou ser impossível confirmar a apendicite sem os resultados de testes complementares, como raio X e ultrassonografia.

“Falaram não era possível determinar a doença sem o ultrassom e nos mandaram retornar na segunda ou na terça-feira. Não tínhamos mais o que fazer lá”, declarou. O homem não conseguia andar por conta das dores no abdômen e teve de se locomover em uma cadeira de rodas.

Segundo especialistas, a cirurgia de apendicite tem de ser rápida, pois há risco de a infecção se espalhar. A dor provocada pela inflamação começa no centro do abdômen e depois se concentra embaixo, à direita. Ela ocorre por causa de acúmulo de fezes no local ou como decorrência de uma infecção intestinal.

“Quando cheguei ao hospital, disseram que não havia médicos e que eu deveria ir para o Recanto das Emas ou para Samambaia”, conta.

Mulher de Brandão, Patrícia Soares diz que foi informada por funcionários de que as consultas estavam restritas a moradores de Taguatinga. A família é do Riacho Fundo.

Os familiares do paciente também relataram ter visto outras pessoas sem atendimento. Pollyana afirma que um idoso chegou com a perna ensanguentada e desistiu de ser atendido, voltando para casa com o “sangue seco”, sem tratar o ferimento. “Não vi ninguém ser atendido. Pessoas que chegaram ao hospital de manhã, junto a nós, continuaram ali bastante tempo.”

Ela afirma ainda que a triagem não fornecia pulseiras com as cores indicativas da preferência de atendimento, cabendo aos próprios pacientes manifestarem com qual cor haviam sido designados. Brandão recebeu a cor laranja, segunda na lista de maior gravidade da classificação de risco do protocolo de Manchester.

O diretor do hospital admitiu que “a verdade é que sempre há déficit de médicos”. “A capacidade do hospital é suficiente para atender Taguatinga. O problema é que recebemos um volume excessivo de pessoas que vem das mais diversas regiões do Entorno.”

Questionado sobre a necessidade de contratação de mais profissionais, Araíjo diz aguardar a nomeação de novos profissionais já aprovados em concursos públicos. Na última quarta-feira (11), a validade de concursos que se encerrariam no fim do ano foi prorrogada para 2018. A Secretaria de Saúde aguarda agora “disponibilidade financeira” para fazer as contratações.


Fonte - G1/Distrito Federal

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