A
desinformação ajuda a criar clima de pânico
Com
a disparada de casos de novo coronavírus (COVID-19) pelo mundo, cresce também o
número de informações falsas sobre a doença circulando pela internet.
A
desinformação ajuda a criar clima de pânico. Apesar da rápida transmissão, a
taxa de letalidade é de 3,4%, segundo dados do Ministério da Saúde.
Médicos,
profissionais de saúde, cientistas e gestores públicos alertam que, em meio à
pandemia do coronavírus, a disseminação de informações sobre falsas curas para
a covid-19 pode agravar a situação.
Embora
vídeos e conteúdos que rejeitem a gravidade da epidemia estejam perdendo
impacto nas redes sociais brasileiras, o compartilhamento de notícias falsas
sobre curas continua em grupos de WhatsApp.
Enquanto
mentiras sobre tratamentos contra o vírus continua circulando, as autoridades
reforçam que não existe no momento nenhuma cura para a covid-19.
"Quando
os tratamentos forem comprovados como eficazes e seguros, forem testados, e
estiverem disponíveis para o público, vai haver uma divulgação massiva disso.
Não é uma notícia que ficará restrita ao compartilhamento em um grupo de
WhatsApp", afirma Natália Pasternak, pesquisadora do Instituto de Ciências
Biológicas da USP (Universidade de São Paulo) e presidente do instituto de
divulgação científica Questão de Ciência.
Diversas
das curas falsas sendo compartilhadas indicam substâncias que podem inclusive
ser prejudiciais para o corpo.
"Esse
tipo de mentira não é apenas ineficaz, é perigosa", afirma Pasternak.
É
o caso da chamada "água prateada", ou prata coloidal, que foi falsamente
chamada de "cura" para o coronavírus em postagens sendo
compartilhadas nas redes. A notícia dizia que a "água prateada" seria
capaz de "sufocar" o vírus e curar a infecção. Mas de acordo com
especialista, um vírus não respira. Ele é um conjunto de material genético
envolto por uma cápsula. Assim não é possível sufocá-lo.
Outra
"cura" questionável é a dos "combos de ervas" — plantas
podem ter efeito no corpo, inclusive negativos, mas nenhuma delas ou algum
princípio ativo contido nelas foi identificado como cura para o coronavírus até
o momento.
Veja
abaixo mitos e verdades sobre o novo coronavírus:
Beber água quente ou chá mata
o vírus
Falso - O
vírus não pode ser combatido com a ingestão de bebidas quentes. Os antibióticos
também não são recomendados para prevenção ou tratamento. Segundo o Ministério
da Saúde, ainda não há um medicamento ou substância específica, vitamina,
alimento ou mesmo vacina para evitar a doença.
A
Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) ressalta também que a vacina da
gripe não protege contra o novo coronavírus, apenas contra o influenza. Além
disso, a associação informa que não há evidências científicas que comprovem a
eficácia de medidas relatadas nas redes sociais, como lavar o nariz com água e
sal, comer alho ou passar óleo de gergelim no corpo.
O coronavírus não tem cura e
mata em alguns dias
Falso - Boatos
indicam que, na primeira fase da doença, há ocorrência de tosse seca e, dias
depois, ela evolui para pneumonia, se tornando letal. Na verdade, a maioria das
pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus sobreviveram, ou seja,
é possível se recuperar da doença.
Ainda
não há um tratamento específico para o novo coronavírus, mas pesquisas estão em
desenvolvimento. A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é
procurar um médico assim que se manifestarem sintomas mais fortes do que uma
gripe comum, como coriza, dor de garganta, dor de cabeça, febre, dor nos
músculos e dificuldade para respirar.
Transmissão: máscaras protegem
contra o coronavírus
Verdadeiro - As
máscaras são recomendadas para pacientes identificados como casos suspeitos da
doença. Elas devem, inclusive, ser usadas para que a pessoa chegue a um local
de isolamento. Uma vez neste ambiente, recomenda-se que qualquer um que entre
no quarto ou tenha contato com o paciente utilize a máscara. Em outras
situações, a SBI diz não haver necessidade.
O vírus não sobrevive em altas
temperaturas
Parcialmente verdadeiro - É
falso que o coronavírus seja eliminado por temperaturas a partir de 26ºC. No
entanto, o clima mais quente dificulta a multiplicação do vírus.
Como
a maioria das doenças respiratórias, a infecção causada pelo COVID-19 se
prolifera melhor em climas frios e secos. Renato Kfouri, diretor da SBIm
(Sociedade Brasileira de Imunizações), acredita que esse seja um dos motivos
pela rápida transmissão em países do hemisfério norte.
Transmissão: evitar passar as
mãos em corrimões, pois o coronavírus sobrevive até 12h em superfícies
metálicas
Verdadeiro - Estudo
publicado pelo órgão britânico de prevenção a infecções hospitalares
mostra que coronavírus semelhantes ao novo Covid-19 sobreviveram por até nove
dias em superfícies como plásticos, metais ou vidros. No entanto, a pesquisa
foi conduzida em laboratório, com o vírus concentrado em condições ideais para
sua sobrevivência.
“Um
corrimão em um ambiente movimentado teria um tempo muito menor”, diz Renato
Kfouri, da SBIm. “Se um paciente com a doença espirrasse e tocasse no corrimão,
também seria impossível estimar a quantidade de partículas infectantes e se
seria o suficiente para contaminar outra pessoa”.
Vitamina C pode ajudar a prevenir
o coronavírus
Falso - “Não
há nenhuma evidência que indique que a vitamina C previna ou trate qualquer
infecção, muito menos o novo coronavírus”, diz Kfouri.
De
acordo com o médico, nenhuma vitamina tem eficácia comprovada na prevenção.
Para diminuir as chances de contágio, as melhores práticas são lavar as mãos
com frequência, evitar aglomerações e cobrir a boca e o nariz com o antebraço
ao tossir ou espirrar.
Cuba anuncia vacina contra
coronavírus
Falso - Ainda
não há nenhuma vacina ou medicamento com eficácia comprovada contra o
coronavírus. Caso manifeste sintomas como febre e dificuldade de respirar e
tenha retornado de viagem a países com ocorrência do vírus ou entrado em
contato com pacientes confirmados, procure o serviço de saúde mais próximo e
siga as orientações dos médicos.
De
acordo com orientações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), todos os
planos de saúde devem cobrir o teste para o coronavírus. O Sistema Único de
Saúde (SUS) também oferece o exame.
Médicos tailandeses curam
paciente com coronavírus em 48 horas
Falso - Ainda
não há um produto ou medicamento que ajude a prevenir ou tratar a infecção. Os
órgãos de saúde recomendam evitar ficar perto de pessoas com infecções
respiratórias graves, lavar as mãos com frequência, cobrir a boca e o nariz
quando espirrar ou tossir, evitar tocar as mucosas de nariz, olhos e boca, além
de manter ambientes ventilados.
Produtos de origem chinesa
podem estar infectados
Falso - Não
há evidências de que produtos enviados pela China ao Brasil possam trazer o
novo coronavírus. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está
monitorando aeroportos, portos e fronteiras, mas não há restrições sobre
produtos ou alimentos fabricados na China.
Lança-perfume, o popular
“loló”, pode curar uma infecção
Falso - Não
existe nenhum estudo que comprove a eficácia do lança-perfume contra o novo
vírus. No entanto, há uma abundância de provas de que o loló pode causar perda
de memória, náusea, dor de cabeça, desmaios e, em casos extremos, até paradas
cardíacas ou respiratórias. O uso e comercialização do lança-perfume são
proibidos no Brasil.
Outras FAKE NEWS encontradas nas redes sociais envolvendo o coronavírus
Fonte: CNN Brasil, Portal Terra e Guia da Farmácia
Leia também em www.agenciasatelite.com.br
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