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CRIME - Morte de prostituta em motel de Goiás levanta suspeita de assassinatos em série no Brasil e no Paraguai

Suspeito foi preso na última sexta-feira (6) no PR e polícia descobriu que ele teria matado adolescente de 15 anos menos de um mês depois, sob modus operandi semelhante

Deyselane foi encontrada morta com sinais de tortura em Abadia de Goiás — Foto: Reprodução

Um caso brutal que envolve a tortura, morte e ocultação de cadáver de uma prostituta em um motel de Goiás, na madrugada do último dia 13 de outubro, acabou levando a Polícia Civil goiana, agora, a investigar a possibilidade de que um dos principais suspeitos de participação no crime, identificado como Leandro Alves da Costa, esteja por trás de uma série de outros assassinatos, sendo um deles cometido contra uma adolescente de 15 anos, em cenário e modus operandi muito parecidos, poucos dias depois, no Paraguai. Ele foi preso na última sexta-feira (6), após operação conjunta com a Polícia Federal em Foz do Iguaçu, no Paraná, portando documentos falsos e se apresentando como Marcos Andrade.

Leandro já respondia por estupro, homicídio e posse ilegal de arma de fogo - Reprodução

Deyselene de Menezes Rocha foi vítima de uma trama ainda misteriosa, em Abadia de Goiás, município da Região Metropolitana de Goiânia, em outubro. Seu corpo foi encontrado numa área rural, carbonizado, com a marca de 33 facadas e com uma arame envolto ao pescoço. Ela trabalhava como garota de programa naquela região de motéis às beiras da BR-153. Em depoimento à polícia, a irmã afirmou que Deyselene foi vista pela última vez por volta das 4h da manhã do dia 12, quando deixou seus filhos com ela.

As imagens de câmeras de segurança do motel obtidas pela Polícia Civil mostram o momento em que um Peugeot preto entra no estabelecimento naquela noite. Leandro dirige o carro e Deyselene aparece no banco do carona. Logo depois, um outro casal chega a pé ao local e se dirige ao mesmo quarto. Eles são Wallace Alves Novais e uma mulher até agora identificada apenas como Helen; eles também são suspeitos de participação no crime.

Momento em que câmeras de segurança flagram a chegada de Deyselane no banco do carona do Peugeot preto — Foto: Reprodução

Por volta das 4h04 da manhã, já do dia 13, eles deixam o motel. Helen sai andando, enquanto Leandro e Wallace saem do estabelecimento no automóvel preto, o que chamou atenção dos investigadores. Deyselane não é mais vista. Para o delegado Arthur Fleury, à frente do inquérito, os indícios dão conta de que o corpo da vítima estava sendo levado no banco de trás.

— Ao observar as câmeras de segurança, verifica-se que no banco de trás do veículo há alguma coisa encoberta por um pano. Percebe-se também que o referido objeto ou pessoa ocupa o banco todo, tanto que não cabe a outra mulher (Helen), que teve que sair a pé do local. Na conta paga no motel por Leandro, há a cobrança de um lençol e um travesseiro, levados por eles — disse o delegado, através de sua rede social.

Tornozeleira eletrônica

O corpo de Deyselane seria encontrado horas depois em um matagal. Após o crime, Leandro Alves da Costa, que era monitorado por uma tornozeleira eletrônica, porque já respondia por homicídio, estupro e porte ilegal de arma de fogo, rompeu o dispositivo e fugiu. Wallace foi imediatamente preso e, em sede policial, negou participação no crime. Helen ainda não foi encontrada.

Wallace e mulher identificada como Helen: casal é suspeito de participação no crime
 Foto: Divulgação

No último dia 6 de de janeiro, Leandro foi encontrado e preso em Foz do Iguaçu. Através de cooperação internacional com a polícia paraguaia, os investigadores da Polícia Civil de Goiás descobriram que Leandro é suspeito de ter matado, dias depois, uma adolescente de 15 anos, também encontrada com sinais de tortura em um motel, em Ciudad del Este, no Paraguai. O crime aconteceu no dia 3 de novembro, menos de 1 mês depois da morte de Deyselene.

— Leandro estava com dois mandados de prisão em aberto no Brasil e provavelmente atravessaria a tríplice fronteira para se esquivar das polícias brasileira e paraguaia, já que estava com difusão vermelha na Interpol — informou Fleury. — A polícia acredita que ele pode ter matado mais vítimas no Brasil e no Paraguai, não podendo precisar ainda o número exato.

A polícia ainda não sabe o que poderia ter motivado o crime. Leandro está em um presídio no Paraná e deve ser transferido para Goiás nos próximos dias.

Fonte - O Globo

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