Leonardo Reis dos Santos contou que Kaio Luiz dos Santos estava na mata acima da comunidade quando criminosos rivais começaram um confronto.
Por g1 Rio
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Kaio Sousa foi morto no Morro do Juramento — Foto: Reprodução
Leonardo Reis dos Santos, pai de Kaio Luiz dos Santos, o adolescente de 15 anos morto nesta quinta-feira (21) em um confronto entre bandidos rivais no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, afirmou que precisou aguardar o tiroteio cessar para buscar o corpo do filho.
“A gente teve que esperar tudo melhorar para subir a comunidade e descer com o corpo do meu filho, porque não estavam querendo deixar descer”, lembrou Leonardo.
O pai disse ainda que Kaio “vivia naquela mata catando passarinho com o irmão”. “Foi a facção rival, da Serrinha, que invadiu o Juramento. Meu filho correu e tomou um tiro na cabeça, na perna e no braço”, explicou.
Essa guerra tem muito tempo. Não tem hora para terminar. Quantas crianças, como passa na televisão, vão pagar pela guerra que eles vivem?
— Leonardo Reis dos Santos, pai de Kaio Luiz dos Santos
Desabafo de professora
Uma professora de Kaio também fez um desabafo pela morte do menino.
“Hoje um aluno nosso perdeu a vida nessa guerra insana. Uma criança!! Meu Deus, é muito cansativo, dói tanto...
Ontem saí da escola e ele estava andando de bicicleta, hoje ele estava estirado morto. Não consigo parar de chorar, porque a primeira referência que a mãe dele teve foi ir até a escola, no ato de desespero, para contar que o filho tinha sido atingido.
A vida do Kaio acabou. Da Viviane [mãe] também. E a minha esperança no que eu mais amo fazer está indo junto. Quantos mais? Quantos mais?”
A Secretaria Municipal de Educação também divulgou nota sobre a morte de Kaio. No texto, a pasta diz que “lamenta profundamente a perda de um de nossos alunos para a violência".
"Kaio Sousa, de 15 anos, era aluno da Educação de Jovens e Adultos e estudava na Escola Municipal Cecília Meireles. Hoje, por medo do forte tiroteio que acontecia na área, sua mãe não o deixou ir à unidade escolar. Ele foi alvejado próximo à sua casa na comunidade do Juramento", acrescenta o texto.