Alvo de operação do Ministério Público do DF, delegado Thiago Peralva está afastado preventivamente da diretoria do Sindicato dos Delegados
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PCDF/Divulgação
O delegado Thiago Peralva, que comandava a 19ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Norte), foi afastado do cargo pela Justiça por suposto envolvimento no escândalo de monitoramento ilegal que mirou uma ex-amante do então delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Robson Cândido. Peralva também sofreu afastamento preventivo do cargo de diretor do Sindicato do Delegados de Polícia Civil no DF (Sindepo).
Na entidade, Peralva era um dos seis a ocupar o cargo de diretor do Departamento de Prerrogativas do Sindepo. De acordo com a presidente do sindicato, delegada Cláudia Alcântara, o afastamento é imediato.
“Assim que tivemos notícias sobre a decisão da Justiça, o delegado foi afastado para responder às acusações. De qualquer forma, como filiado, ele terá toda a assistência jurídica caso precise”, disse.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), por meio do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (Ncap), requereu a prisão preventiva do delegado Thiago Peralva. O pedido, porém, foi negado pelo juiz que, como medida cautelar diversa, impôs o uso de tornozeleira eletrônica e o afastamento das funções. Além da delegacia, a casa de Peralva também foi alvo de busca e apreensão.
Medidas cautelares
Além das medidas cautelares, Thiago Peralva foi proibido pela Justiça de manter contato com a vítima, familiares dela e testemunhas do processo principal por qualquer meio de comunicação. O mesmo ocorre com os servidores públicos, estagiários, comissionados, policiais e delegados lotados na 19ª DP.
De acordo com a decisão da Justiça, Peralva e Robson “utilizaram-se de bens pertencentes à Polícia Civil como viaturas descaracterizadas, celulares corporativos, carros oficiais e celulares de outros delegados da Direção-Geral da PCDF para a prática de delitos contra mulher em situação de violência doméstica”, diz o documento.
Na mesma decisão, promotores reforçaram que a manobra realizada nos autos do processo indica que a mulher foi alvo de interceptação ilegal. “A vítima não consta como investigada ou interlocutora de qualquer um os alvos da operação policial, o que indica que foi dolosamente inserida para que os representados tivessem conhecimento de sua localização em tempo real”, aponta trecho do texto.
Dois promotores do Ncap do MPDFT, acompanhados de 20 policiais, também cumpriram mandado de busca e apreensão nas dependências da 19ª Delegacia de Polícia comandada por Thiago Peralva. Até o momento, foram apreendidos computadores, HD, Go Pro e pen drives.
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