Flávia Said
Michael Melo/Metrópoles
O governo federal aumentou em R$ 35,9 bilhões a projeção para o déficit primário deste ano — o valor estimado não considera o pagamento de juros da dívida pública. A estimativa de rombo das contas públicas federais era de R$ 141,4 bilhões no último relatório, divulgado em setembro, e passou para R$ 177,4 bilhões em novembro. Os números consideram os dados do Tesouro Nacional, da Previdência Social e do Banco Central (BC).
Com a revisão, a perspectiva do déficit primário aumentou de 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 1,7%. A meta máxima estabelecida para 2023 é de déficit de R$ 213,6 bilhões (2,0% do PIB). Paralelamente, a equipe econômica trabalhava com um cenário de déficit fiscal inferior, próximo dos R$ 100 bilhões (1% do PIB), mas ainda no vermelho. A partir de 2024, a meta da equipe econômica é de déficit zero.
O governo aumentou o bloqueio orçamentário em cerca de R$ 1,1 bilhão em 2023, para cumprir as metas fiscais. O acumulado do ano é de R$ 5 bilhões. Em maio, o governo havia feito uma retenção de R$ 1,7 bilhão; em julho, de R$ 1,5 bilhão; e, em setembro, de R$ 600 milhões.
A divisão do corte – ou contingenciamento, no jargão – entre os ministérios será definida no fim deste mês. Este foi o quarto bloqueio de gastos de 2023.
Os números constam no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias relativo ao quinto bimestre de 2023, apresentado nesta quarta-feira (22/11). Os números serão destrinchados pelos secretários de Orçamento Federal, Paulo Bijos, e do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.
Esse documento é produzido em conjunto por duas secretarias do Ministério da Fazenda (do Tesouro Nacional e da Receita Federal) e uma do Ministério do Planejamento e Orçamento (de Orçamento Federal).
Parâmetros macroeconômicos
O relatório atualiza também os principais parâmetros macroeconômicos. Veja baixo:
- PIB projetado passou de 3,16% para 3,04%;
- IPCA (inflação oficial) passou de 4,85% para 4,66%;
- Selic (taxa básica de juros) passou de 13,11% para 13,19%;
- Taxa de câmbio média (R$/US$) passou de 4,99 para 5,01;
- Preço do barril do petróleo (US$/barril) passou de 83,79 para 83,15.
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