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Hugo Motta ignora apelos por justiça e adota discurso alinhado ao STF contra anistia

Presidente da Câmara diz não haver clima para perdoar patriotas de 8 de janeiro e reforça narrativa criminalizante

Brasília — Em mais uma declaração que reforça a percepção de distanciamento em relação à base conservadora, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (14/8) que não vê “clima” para aprovar o Projeto de Lei da Anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Motta chegou a repetir, sem apresentar provas concretas, a narrativa sobre um suposto “plano para matar” autoridades, tese defendida por aliados do governo e do ministro Alexandre de Moraes.

“Pelo menos com quem eu converso, não vejo clima para anistiar quem planejou matar pessoas”, disse, em entrevista à GloboNews, referindo-se também ao alegado “Punhal Verde e Amarelo”, no qual o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro foi citado pela PGR — acusação amplamente questionada por apoiadores.

A fala de Motta é vista por setores conservadores como um ato de omissão diante das penas consideradas desproporcionais aplicadas a centenas de manifestantes. Ao invés de defender a revisão de processos e a liberdade de presos políticos, o presidente da Câmara preferiu adotar cautela, condicionando qualquer avanço ao “colégio de líderes” — grupo que hoje sofre forte influência de partidos alinhados à esquerda.

Apesar de declarar que “não tem preconceito com pautas”, Motta deixou claro que a anistia não é prioridade. Ele sugeriu, inclusive, que poderia buscar um “projeto alternativo” — termo interpretado por críticos como manobra para esvaziar a proposta original, enfraquecendo a reintegração dos injustamente punidos à vida civil.

“Nós vamos, no foro adequado, decidir aquilo que vai ser pautado ou não”, afirmou, evitando qualquer compromisso claro com o tema.

A postura do presidente da Câmara reforça o incômodo entre parlamentares da oposição, que o acusam de ceder à pressão do STF e do Palácio do Planalto. Para eles, Motta está mais preocupado em manter o próprio capital político do que em enfrentar o cerco judicial que, segundo denunciantes, tem caráter político e seletivo.

Enquanto isso, dezenas de famílias continuam sofrendo com a prisão de manifestantes que, para opositores do governo, jamais deveriam ter sido enquadrados como golpistas, mas sim ouvidos e tratados dentro do devido processo legal — algo que, na avaliação desses setores, não ocorreu.

Com o julgamento de Bolsonaro e aliados cada vez mais próximo no STF, críticos afirmam que a omissão de Hugo Motta neste momento pode marcar seu nome na história como o presidente da Câmara que se curvou ao autoritarismo judicial.

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