Presidente adota postura de orgulho diante da imposição de tarifas de 50% sobre exportações brasileiras e deixa o setor produtivo sem resposta práticaor
Por Celso Alonso - Agência Satélite
Em mais uma demonstração de improviso e vaidade acima dos interesses do país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que, por enquanto, não pretende conversar com o presidente norte-americano Donald Trump, mesmo diante do impacto direto do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, em vigor desde esta quarta-feira (6).
Questionado sobre uma possível ligação à Casa Branca para tentar reverter as tarifas que atingem em cheio exportadores, pequenos produtores e a economia nacional, Lula respondeu:
“No dia em que minha intuição disser que Trump está pronto para conversar, não hesitarei em ligar para ele. Mas hoje minha intuição diz que ele não quer conversar. E eu não vou me humilhar.”
A declaração, feita em entrevista à agência Reuters, gerou duras críticas de parlamentares da oposição, empresários e até especialistas em comércio exterior, que apontam que o presidente coloca o orgulho pessoal acima da diplomacia e dos interesses econômicos do Brasil.
Enquanto países buscam meios objetivos de negociação comercial, o governo brasileiro aposta em discursos vazios, burocracia e gestos simbólicos. Lula afirmou que o país recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC), embora seja sabido que esses processos levam anos e raramente resultam em decisões práticas no curto prazo.
A fala de Lula expõe uma gestão marcada pela retórica e pela ideologização das relações exteriores, em detrimento de resultados concretos. Em vez de agir com firmeza e pragmatismo diante de uma crise econômica que pode gerar desemprego e queda de receita no campo, o presidente opta por afirmar que não vai “se humilhar” — como se conversar com o líder de uma das maiores potências do mundo fosse um ato de fraqueza e não de responsabilidade institucional.
A medida afeta setores essenciais da economia brasileira, como o agronegócio e a indústria de transformação, e pode desestimular futuras parcerias comerciais com os Estados Unidos.
Desde que voltou ao poder, Lula tem colecionado desgastes diplomáticos e declarações desastrosas, seja relativizando ditaduras como a de Nicolás Maduro, seja criando atritos desnecessários com países aliados. Agora, com o agravamento da relação com os EUA, o governo parece mais preocupado com narrativas do que com soluções.
No Congresso, parlamentares já falam em convocar o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para explicarem quais ações concretas serão tomadas além de “esperar a intuição do presidente mudar”.
Enquanto isso, os brasileiros pagam a conta da inércia diplomática e do orgulho de um presidente que confunde liderança com vaidade.
