Da Redação
O Supremo Tribunal Federal (STF) voltou a demonstrar uma celeridade seletiva ao pautar, com velocidade recorde, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de aliados por suposta “trama golpista”. O ministro Cristiano Zanin, recém-chegado à Corte e já alinhado a Alexandre de Moraes, marcou para 2 de setembro o início das sessões presenciais, atendendo prontamente a um pedido de Moraes.
Enquanto diversos processos envolvendo políticos aliados ao governo Lula permanecem parados por anos no STF, a ação contra Bolsonaro avança com sessões extraordinárias agendadas em bloco — dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, sempre em ritmo intensivo. O contraste com a lentidão habitual do tribunal levanta suspeitas de que a pressa não é fruto de eficiência judicial, mas de motivação política.
O caso, que inclui nomes como Braga Netto, Augusto Heleno e Anderson Torres, é conduzido com uma urgência incomum, mesmo sem que outros grupos de investigados na mesma denúncia tenham sequer aberto prazo para alegações finais. Para críticos, a desigualdade no tratamento processual evidencia que o STF atua de forma direcionada, priorizando julgamentos que servem para desgastar adversários políticos e ignorando a pilha de processos envolvendo figuras próximas ao atual governo.
A defesa dos acusados afirma que não há provas concretas que liguem os réus a qualquer tentativa de golpe, mas, mesmo assim, a Corte parece determinada a encerrar o caso rapidamente. A composição da Primeira Turma — com Moraes, Cármen Lúcia, Zanin, Luiz Fux e Flávio Dino — deixa claro que o julgamento será conduzido por ministros que já demonstraram alinhamento em decisões anteriores contra Bolsonaro e seus aliados.
Para muitos observadores, a velocidade desta ação é mais um exemplo de como o STF, ao invés de atuar como garantidor imparcial da Justiça, vem se consolidando como protagonista político, intervindo de forma seletiva e com timing cirurgicamente calculado.