“os Estados Unidos continuam a esperar que o Brasil contenha o descontrolado ministro do STF Moraes, antes que ele destrua completamente a relação que nossos grandes países desfrutam há mais de dois séculos”
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Por Celso Alonso - Agência Satélite
A crise política e diplomática envolvendo o Brasil ganhou mais um capítulo explosivo nesta quarta-feira (17/9). A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou uma nota oficial em que ataca duramente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, chamando-o de “descontrolado” e acusando-o de colocar em risco uma das relações mais importantes do país: a parceria histórica com os norte-americanos.
Segundo o comunicado, “os Estados Unidos continuam a esperar que o Brasil contenha o descontrolado ministro do STF Moraes, antes que ele destrua completamente a relação que nossos grandes países desfrutam há mais de dois séculos”. A declaração representa um duro recado à cúpula do governo brasileiro e expõe a crescente insatisfação internacional com o protagonismo político de Moraes.
A embaixada não economizou nas críticas e classificou o ministro como um “violador de direitos humanos” que, em vez de buscar soluções para a crise institucional, estaria dobrando a aposta em práticas de censura e perseguição judicial. “O Brasil está permitindo que esse violador, já sancionado, abuse do processo judicial para levar adiante uma agenda descaradamente política”, afirma o texto.
O tom do comunicado reforça a visão de que Moraes extrapolou sua função constitucional e se tornou um agente de instabilidade, ampliando não apenas o conflito interno, mas também arranhando a imagem do Brasil no exterior.
A manifestação da embaixada é um duro golpe contra a credibilidade do ministro, que já vinha sendo alvo de críticas da oposição e de setores da sociedade civil. Agora, com a chancela de uma potência mundial, a situação se agrava: os EUA deixam claro que não tolerarão tentativas de estender a chamada “censura” brasileira para território norte-americano.
O vice-secretário de Estado, Christopher Landau, reforçou o posicionamento ao dizer: “Os Estados Unidos condenam o uso da lei como arma política. Como advogado, diplomata e amigo do Brasil, me dói ver o ministro Moraes desmantelar o Estado de Direito no país e arrastar as relações entre nossas grandes nações para o ponto mais sombrio em dois séculos”.
O episódio ocorre logo após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão, decisão que já havia gerado reações negativas no cenário internacional. O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, chegou a anunciar que o Brasil pode sofrer novas sanções em breve, evidenciando que a condução de Moraes não apenas divide o país, mas também compromete sua posição no mundo.
Se, internamente, Moraes é acusado de abusar de sua autoridade, agora a pressão internacional aumenta, revelando um ministro cada vez mais isolado e visto como responsável por empurrar o Brasil para um terreno de incertezas políticas e diplomáticas.
