Por Celso Alonso - Agência Satélite
BRASÍLIA - Uma publicitária que atuou em campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores (PT) recebeu aproximadamente R$ 5 milhões de um empresário identificado como “Careca do INSS”, segundo documentos revelados recentemente. Os pagamentos teriam ocorrido em seis parcelas ao longo do atual governo Lula.
A profissional em questão participou da equipe de comunicação de Rui Costa — atual ministro da Casa Civil — em pleitos anteriores, além de ter integrado a campanha da ex-presidente Dilma Rousseff. Os repasses milionários levantaram questionamentos devido à conexão entre figuras de relevância política e um empresário alvo de investigações.
As transferências financeiras foram registradas oficialmente, mas autoridades apuram a origem dos recursos e a finalidade dos contratos. Até o momento, não há confirmação de irregularidades formais, porém órgãos de controle enxergam indícios que justificam a abertura de procedimentos de verificação.
O apelido “Careca do INSS” é associado a um empresário investigado por participação em esquemas de fraude previdenciária. A relação dele com prestadores de serviços ligados a campanhas políticas reacendeu discussões sobre a influência de fornecedores privados na estrutura de comunicação de governos e partidos.
A assessoria da publicitária ainda não se manifestou publicamente sobre o caso. Integrantes do governo evitam comentar o assunto, sob argumento de que se trata de uma transação privada entre empresas.
Enquanto isso, opositores cobram explicações sobre os vínculos financeiros e pedem transparência na prestação de contas. Especialistas em direito eleitoral apontam que, se os pagamentos não estiverem ligados a campanhas, não há infração eleitoral — mas isso não exclui a necessidade de investigação sobre eventual lavagem de dinheiro ou favorecimento.