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MP denuncia mulher de coronel morto no DF por homicídio qualificado

Pensão e R$ 300 mil de fundo motivaram crime, afirma polícia. Execução ocorreu em 15 de maio na área rural de São Sebastião.
O tenente-coronel do Exército e a mulher dele
Cristiana Cerqueira (Foto: TV Globo/Reprodução)

O Ministério Público do Distrito Federal denunciou nesta segunda-feira (1º) a professora Cristiana Cerqueira por homicídio qualificado por motivo torpe, por planejar a morte do marido dela, o coronel do Exércio Sérgio Murilo Cerqueira. Ele foi executado no dia 15 de maio na área rural de São Sebastião. A mulher negou o crime em depoimento, e adefesa diz que ela sofre de esquizofrenia.

As investigações da corporação apontam que Cristiana Cerqueira pagou R$ 15 mil ao filho da ex-empregada da irmã para executar o marido e assim receber a quantia e pensão por viuvez, de R$ 10 mil. Além disso, herdaria R$ 300 mil de um fundo ao qual o militar era vinculado. O casal estava em processo de separação.

De acordo com o delegado-chefe da Divisão de Comunicação, Paulo Henrique Almeida, a polícia confirmou que arma usada na execução era do próprio militar. O revólver foi um presente da família da mulher, em 2004. As suspeitas da corporação surgiram depois de observar as características do revólver.

A arma, que tem calibre 38, é da marca Colt, que é comumente comprada por colecionadores. Além disso, o item estava bem cuidado. "A numeração da arma estava raspada", explica Almeida. "Estamos aguardando levantamento do Exército para saber quais armas ele tinha e se essa estaria na lista."
O coronel do Exército Sérgio Murilo Cerqueira
(Foto: Confederação Brasileira de Hipismo/Divulgação)

Cristiana e outras sete pessoas – a professora e a irmã, apontadas como mandantes, os quatro criminosos que teriam rendido e executado o militar e dois jovens que receberam o carro dele após o crime – foram presa. Horas após o crime, ela postou mensagens em uma rede social se dizendo de luto.

De acordo com o delegado Leandro Ritt, a irmã da professora combinou com o filho da ex-empregada, que cooptou outras três pessoas suspeitas de envolvimento no crime.

A mulher teria saído com o filho da ex-empregada no dia anterior, entregado a arma e mostrado o local onde o militar deveria ser abordado. O revólver só foi localizado na madrugada de domingo. Em depoimento, um dos suspeitos disse que pretendia escondê-lo até receber todo o pagamento pela morte, que seria parcelado.

A cunhada do coronel, Cláudia Maria Pereira Osório, e as quatro pessoas que teriam executado o assassinato – Leandro Ceciliano Martins, Rodrigo Costa Sales da Paixão, Jorge Alencar da Silva e Lorena Karen Custódio Santana – também foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio qualificado.

Revólver que, segundo a polícia, foi usado para executar coronel do Exército em Brasília (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

Separação
O casal tem uma filha de 13 anos e, de acordo com as investigações, estava se separando.

"Eles [Cristiana e Sérgio Murilo] estavam em processo de separação há 30 dias. O tenente-coronel estava na casa de um amigo, do Exército, e a mulher ficou no apartamento funcional com a filha", diz o delegado.

"A cunhada não confessou que planejou a execução, mas disse que a ideia era dar um tiro na perna, para que, machucado, ele tivesse de voltar para casa e reatar o casamento", afirmou Ritt.

"Ela disse que a Cristiana deu uma batidinha no carro e disse 'deixa ele'. Mas então deu uma piscadinha para o Rodrigo [filho da ex-empregada, que estava dirigindo o carro]", afirmou o delegado que investiga o caso.

A investigação apontou ainda que o autor do disparo havia sido solto do presídio há dois dias. Uma das suspeitas de envolvimento no crime contou à polícia ter notado um comportamento estranho da mulher na abordagem.

Além disso, a arma usada no crime estava municiada com apenas dois dos seis cartuchos possíveis. Como o tambor girava no sentido anti-horário, diferentemente do esperado pelos criminosos, foram necessárias quatro tentativas para que o homem fosse atingido, disse o delegado.

Pensão
O diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba, afirmou que a suspeita é de que Cristiana tenha ficado insatisfeita com a pensão alimentícia que receberia após a separação – R$ 2 mil – e planejou o crime, junto com a irmã, para receber a pensão por morte do militar, de R$ 10 mil. A hipótese de latrocínio foi descartada.

Oito pessoas foram presas por envolvimento com o crime: a viúva e a irmã dela, os três homens e a mulher suspeitos de tê-lo abordado e executado e os dois jovens que foram flagrados em uma festa, horas depois da execução, com o carro dele.

Um dos rapazes já havia sido detido há 15 dias por suspeita de roubo a comércio, mas foi liberado da delegacia porque a vítima não quis registrar ocorrência.

Local onde o corpo do coronel do Exército foi encontrado (Foto: Danilo Martins/TV Globo)

O corpo do coronel foi encontrado pela Polícia Militar na madrugada do dia 16 com um tiro na nuca no Núcleo Rural Aguilhada, em São Sebastião, região administrativa a 26 km de distância do local da abordagem. Um major do Exército acompanhou a equipe e reconheceu a vítima. A Polícia Civil apreendeu no domingo a arma usada no crime, um revólver calibre 38.

Em nota, o Exército informou que transportaria o corpo ainda no sábado para o Rio de Janeiro, onde foi sepultado. A corporação disse, ainda, que está prestado "todo o apoio à família do militar e cooperando com as investigações das polícias Civil e Militar do Distrito Federal".

Entenda o caso
A hipótese inicial da polícia era de sequestro seguido de homicídio. O coronel e a mulher dele foram abordados na noite de sexta por quatro pessoas quando chegavam de carro a um prédio da 208 Norte. A mulher foi deixada no local, mas os criminosos mantiveram o coronel refém dentro do automóvel.

A equipe da PM achou o carro da vítima ao lado de uma casa, onde havia uma festa. Os policias esperaram a dupla deixar a comemoração para deter os suspeitos. Um adolescente de 17 anos e um adulto suspeitos de envolvimento no crime foram detidos pouco depois. Eles foram autuados por receptação.


Fonte - G1/DF

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