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Ato pró-Dilma e contra governo Temer é realizado no Centro de Porto Alegre

Mais cedo, presidente afastada discursou em lançamento de livro. Petista disse que está tendo o seu direito de defesa 'cerceado'.

Estêvão Pires e Hygino Vasconcellos
Da RBS TV e do G1 RS

Dilma participa de ato em Porto Alegre (Foto: Reprodução/RBS TV)

Um protesto em apoio à presidente afastada Dilma Rousseff e contrário ao governo do presidente em exercício Michel Temer foi realizado na noite desta sexta-feira (3) na Esquina Democrática, entre a Avenida Borges de Medeiros e a Rua dos Andradas, no Centro de Porto Alegre. Portando bandeiras de partidos políticos e movimentos sindicais, os manifestantes se aglomeraram em frente a um carro de som e um palanque isolados com grades e seguranças.


Dilma Rousseff discursou em auditórioda AL-RS 
(Foto: Hygino Vasconcellos/G1)
Também nesta sexta, em ato contra o presidente em exercício Michel Temer na Assembleia Legislativa, Dilma Rousseff criticou o parecer da Subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, que baseou a decisão derestringir ao trecho Brasília-Porto Alegre-Brasília os deslocamentos da presidente afastada com aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), e disse que está tendo o seu direito de defesa "cerceado".

"Nós estamos sendo cerceados do nosso direito de defesa. Eles não são democratas, são golpistas. [...] Um governo interino cujo objetivo é proibir que eu viaje. Vocês têm que ficar alegres porque meu direito de viagem é só de Brasília a Porto Alegre. Mas não fiquem felizes. É um escândalo que eu não possa viajar pro Rio, pro Pará, pro Ceará. Eu não posso pegar um avião, porque não tem segurança, é a Constituição que manda", criticou a presidente afastada.
Manifestantes em ato a favor de Dilma na Esquina
Democrática(Foto: Estevão Pires/RBS TV)

Os organizadores do protesto estimam que cerca de 10 mil pessoas participam do ato. A Brigada Militar não divulgou uma estimativa.

O ato teve início por volta das 17h30, quando o rapper White Jay, o primeiro artista a se apresentar, cantou uma música com críticas a Temer. Neste horário, Dilma discursava durante evento na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Cerca de 30 minutos mais tarde, a presidente afastada chegou ao local da manifestação onde voltou a discursar.

"Depois de um longo processo de ditadura, em que as pessoas não podiam se manifestar, estão querendo destruir e violentar a nossa democracia. Fui eleita pelo voto direto de 52 milhões de brasileiros", afirmou.

Organizadores estimam que cerca de 10 mil
pessoas participam (Foto: Estevão Pires/RBS TV)
A petista voltou a falar sobre a restrição das viagens do avião da FAB. "Querem me impedir de falar nas praças, não querem que eu vá às praças deste país e diga o que está acontecendo, que é o golpe. Só posso vir de Brasília para Porto Alegre, que é a minha casa", desabafa, antes de manifestar o otimismo em relação ao processo de impeachment. "Tenho certeza que vou ser presidente do Brasil até 2018", disse.

Pouco antes das 19h, Dilma deixou o ato em um carro escoltado por policiais. Também participaram do ato o ex-governador Olívio Dutra, Henrique Fontana, Maria do Rosário, Miguel Rossetto.

Depois das 19h, teve início uma caminhada em direção à Avenida Júlio de Castilhos.

Dilma defende sua inocência
Dilma distribuiu autógrafos durante evento
na Assembleia (Foto: Reprodução/RBS TV)

À tarde, Dilma participou do lançamento do livro Resistência ao Golpe 2016 no Teatro Dante Barone. O evento teve início às 16h e, cerca de 30 minutos mais tarde, Dilma subiu ao palco onde era aguardada por políticos e ativistas de movimentos sociais, e chegou a dar autógrafo a uma das militantes, que a entregou um presente. Ela foi aplaudida pelas mais de 500 pessoas que a aguardavam. Nas laterais do auditório, foram fixados faixas de movimentos sociais do próprio PT, e a cor vermelha predominava entre os espectadores.

Dilma abraçou e beijou quem se aproximava, e distribuiu autógrafos. Ao tomar o microfone, chamou o público de "queridos e queridas", antes de defender sua inocência no processo de impeachment. 

"Num presidencialismo, que é nosso caso, para se ter impeachament tem que ter base jurídica, crime de responsabilidade", alegou, comparando os atos pelos quais responde com medidas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). "Na época do FHC, foram 120. Iguais ao meu, pelo menos 30. Eu fiz seis. Nunca foi crime antes, e é bom que se diga que minhas contas nem foram julgadas".

Autor lembra Leonel Brizola

Dilma foi cercada por apoiadores na Assembleia
(Foto: Reprodução/RBS TV)
O primeiro a palestrar foi o doutor em direito José Carlos Moreira da Silva Filho, um dos autores da obra. Segundo ele, há semelhanças entre o processo de impeachment contra Dilma e o golpe militar de 1964.

"Nossa transição democrática não foi completada. A senhora é exemplo de generosidade, na medida em que continua lutando por uma sociedade melhor. Leonel Brizola entrou nesta Casa e deu início à Campanha da Legalidade, que inspira o nosso momento de agora", afirmou.

Agenda de protestos
Na quinta (2), Dilma havia participado de outro protesto contra o presidente em exercício Michel Temer no Rio de Janeiro. Em seu discurso, ela classificou de golpe o processo de impeachment e defendeu que as políticas aplicadas pelo novo governo não são as mesmas pedidas por aqueles que a elegeram com 54 milhões de votos.

Antes do ato, Dilma visitou o governador licenciado Luiz Fernando Pezão (PMDB) no apartamento dele, no Leblon, na Zona Sul do Rio. O governador está em tratamento contra um linfoma não-Hodgkin, diagnosticado no último dia 24 de março, o mesmo enfrentado por Dilma.



Fonte - G1/Rio Grande do Sul

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