A falta de atendimento no pronto socorro do
Hospital de Santa Maria não é tão preocupante quanto ao martírio que passa os pacientes
e acompanhantes da internação, pois o problema da superlotação, da falta de
medicamentos e materiais e da ausência de profissionais (médicos), compromete o
funcionamento do HRSM. O que resta aos pacientes são os “anjos da guarda
(enfermeiros e técnicos)” que se desdobram para garantir um pouco de dignidade
aos usuários da unidade de saúde da cidade, desenvolvendo suas atividades com
dedicação e muitas vezes, sofrendo junto com os pacientes a falta de recursos.
Não podemos esquecer também, dos raríssimos médicos que ainda de dedicam no
atendimento. Todavia, por estarem em numero insuficiente (tem dia que apenas um
marca presença na emergência e internação), se veem impossibilitados de salvar
vidas.
Um morador da cidade que esteve internado na
unidade de saúde por vários dias afirmou que a situação no interior do hospital
é preocupante. “Havia dias que somente enfermeiros e técnicos cuidavam dos
pacientes e não aparecia nenhum médico para prescrever medicamentos. Ao acabar
o soro, por exemplo, o paciente, muitas vezes perdia a veia por não haver reposição”,
disse.
Outro fato que chamou a atenção do jovem foi
o de a água dos chuveiros estar fria, devido o aquecedor está quebrado. “Foram
dias difíceis, pois pacientes tiveram que tomar banho frio por aproximadamente
cinco dias e somente tomaram providências quando houve princípio de motim e os
acompanhantes ameaçaram chamar a imprensa”, afirmou. A justificativa dada pela
unidade aos pacientes, segundo o jovem, foi a de que os funcionários da
caldeira estavam em greve. Com isso gerou mais um problema. Os lençóis e
vestimentas dos profissionais tiveram que ser lavados e esterilizados na
lavanderia do hospital de Ceilândia, única em funcionamento.
Com relação à medicação, falta de tudo um
pouco no hospital. “Desde medicamentos até material para procedimento, entre os
quais escalpe e algodão estão em falta. Muitos medicamentos intravenosos são
administrados, quando tem, com agulhas normais, que são maiores e inadequadas.
Isso compromete a administração de medicamento no paciente. Muitos medicamentos
estão em falta ou com baixo estoque. Assim, temos que diminuir a dose a fim de
que não falte posteriormente”, explicou um técnico de enfermagem que preferiu
não se identificar.
A escassez de material no hospital é tamanha
que nem mesmo lençóis a unidade de saúde possui em número suficiente para todos
os leitos. “A família se quiser ver seu ente querido bem acomodado tem que
trazer lençóis e cobertores de casa. Esse procedimento poder trazer risco de
contaminação, mas, não há alternativa”, comentou a filha de um paciente.
Para completar, vários pacientes internados
aguardam há vários dias a espera de exames sem qualquer previsão da realização.
“Muitos desses exames são essenciais à estabilização do quadro clinico do
paciente e sem eles não há como prescrever medicação ou iniciar tratamento. Aparelhos
estão quebrados ou não tem no hospital, bem como a falta de material essencial
aos exames. Com isso, ficamos sem ter como dar continuidade ao tratamento e
deixamos o paciente nas mãos de Deus”, explicou um médico.
Em um vídeo que circula pela internet, uma
enfermeira lamenta não poder avançar no tratamento do paciente devido à falta
de médico na unidade. No vídeo ela chama a atenção de um acompanhante para que
esse acione o judiciário, pois, segundo ela, “o governo não dá condições de
trabalho a eles”. “Vocês tem que procurar a justiça ou cobrar do governador,
pois a culpa é dele em querer implantar um sistema a força na rede publica”,
falou.
Caso o governo não tome uma providência
urgente, o caos irá se instalar na saúde pública do DF, fazendo com que várias
vidas sejam ceifadas devido a negligencia e falta de políticas públicas
voltadas para a saúde que está há vários anos na UTI.
Fonte - www.agenciasatelite.com.br
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