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CAMPANHA - COMBATE A DENGUE


Renata Bueno, a brasiliense que é deputada na Itália

DIVULGAÇÃO
Aos 37 anos, ela cresceu acompanhando a política de perto. Após a faculdade, foi estudar na Itália e começou a seguir carreira

Primeira mulher nascida no Brasil a tornar-se deputada no Parlamento italiano, pela Circunscrição América do Sul, Renata Bueno, 37 anos, começou cedo na vida política. Filha do deputado federal Rubens Bueno (PPS), nasceu em Brasília, durante um dos mandatos do pai. A família deixou Campo Mourão, no Paraná, para acompanhar a carreira do patriarca. 

“Cresci nisso. Era militante partidária desde os 16 anos, coordenei vários projetos políticos e me tornei bacharel em Direito pensando em continuar trabalhando com política. Tinha dupla cidadania (italiana e brasileira) e, quando acabei a faculdade, fui para a Itália realizar um sonho e fazer minha pós”, conta Renata.

A ideia era reconstruir a história da família paterna e materna. Terminou a especialização, o mestrado, e começou o doutorado, que pretende finalizar em breve. Nesse tempo, pesquisou sobre a história da imigração italiana no Brasil.

ARQUIVO PESSOAL/ DIVULGAÇÃO
Acompanhava a política italiana e sempre voltava ao país de origem em época de campanha para auxiliar o Partido Popular Socialista (PPS). Quando terminou o primeiro mestrado, em 2006, foi candidata a deputada federal, mas não conseguiu se eleger. Em 2008, passando mais tempo no Brasil, conquistou uma cadeira de vereadora na Câmara Municipal de Curitiba.

“Trabalho na defesa dos Direitos Humanos, na propagação da cultura e das liberdades individuais. Sempre tive um vínculo muito forte com a Itália. Em 2012, fui convidada para me candidatar ao Parlamento italiano. Participei do pleito pelo movimento Usei (União Sul-Americana de Emigrados Italianos) para representar os 300 mil italianos e descendentes que vivem na América do Sul”, explica a deputada ítalo-brasileira.

A chapa obteve 44 mil votos. Segundo a assessoria de imprensa da parlamentar, 21 mil vieram de eleitores do Brasil e 40% deles foram para Renata – única mulher eleita com menos de 40 anos e oriunda da América do Sul. O mandato começou em 2013 e se encerra em 2018 – quando ela pretende se reeleger.


“Independentemente do país, a política é um ambiente machista. Por exemplo, no Brasil, nem 10% dos cargos políticos são de mulheres. Na Itália, existe uma mentalidade mais conservadora e patriarcal. Nesse sentido, foi uma disputa interessante”, diz Renata.

Por isso, ela luta pelos direitos das mulheres e é a favor de que cidadãos condenados sejam transferidos ao seu país de origem. Em 2015, Renata acompanhou de perto o caso de Henrique Pizzolato, extraditado ao Brasil após acordo diplomático entre os dois países.

No começo do mês, ela ligou para o presidente Michel Temer (PMDB) e reforçou que “as autoridades italianas nunca pararam de lutar pela extradição de Cesare Battisti”. O italiano, condenado por terrorismo em seu país, ganhou asilo político no governo Lula. O caso aguarda posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF). 


ARQUIVO PESSOAL
Os dois se conheceram em 2002, quando a deputada foi para a Itália estudar. Enquanto escrevia sua tese, aceitou emprego de garçonete em uma cidade praiana e o encontro aconteceu. Depois disso, começaram a namorar, enfrentaram a distância, terminaram em 2010 e se reencontraram em 2015.

Renata casou no dia 1º de setembro, na Itália. O noivo é o empresário Angelo Martiriggiano

Com o pai, o deputado federal pelo Paraná Rubens Bueno, no dia do seu casamento - Arquivo Pessoal

A deputada em Veneza, na Itália
Com o marido, Angelo Martiriggiano, e os amigos José Ost e Carlos Sandrini
“Nunca perdemos o contato nesses 14 anos. A cerimônia foi na cidade dele, Gallipoli, onde os meus sogros e cunhados também se casaram, seguindo todos os costumes e tradições. Agora vamos constituir a nossa família”, revela.

O casal se dividirá em três casas: Roma, onde Renata trabalha e passa a semana, Puglia e Aradeo, local de moradia da família do marido.

Entenda as eleições na Itália

O procedimento de votação de expatriados italianos ou brasileiros com dupla cidadania na América Latina é feito com antecedência, por meio de correspondência. Segundo lei promulgada em 2000, descendentes de italianos residentes em outros países também podem ser candidatos, desde que tenham cidadania reconhecida no País da Bota.

São aproximadamente 400 mil italianos residentes no Brasil, mas apenas 290 mil aptos a votar. Formado por 315 senadores e 630 deputados, o legislativo italiano dedica espaço à integração internacional. Desde 2006, 12 vagas na Câmara e seis no Senado estão reservadas a italianos que moram no exterior – a América do Sul elege dois representantes em cada Casa


Fonte - Metrópoles

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