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Tragédia anunciada: DF tem 4.733 imóveis em 36 áreas de risco

MICHAEL MELO/METRÓPOLES
Principais ameaças são desabamento, alagamento e choques elétricos. Santa Luzia, na Estrutural, é o lugar mais perigoso da capital federal

O Distrito Federal possui 36 áreas de risco espalhadas por 18 regiões administrativas, comprometendo 4.733 residências. O dado foi divulgado nesta segunda-feira (13/11) pela Agência de Fiscalização (Agefis) e pela Defesa Civil. Sol Nascente, em Ceilândia; Porto Rico, em Santa Maria; e Vicente Pires (foto em destaque) estão entre as regiões mais preocupantes. A campeã, no entanto, é a ocupação de Santa Luzia, na Estrutural, com riscos de alagamento e choque elétrico.

“É, de fato, a área com maiores riscos”, alerta Sérgio Bezerra, subsecretário do Sistema de Defesa Civil. Os números são praticamente idênticos aos divulgados em 2016, quando também havia 36 áreas de risco em 18 regiões administrativas. O que reduziu foi o número de imóveis, a maioria residências: de 4.762 para 4.733. Os moradores dessas regiões também estão sujeitos a riscos de desabamento.

"Jesus Cristo perdoa, o padre perdoa, mas a natureza não perdoa. Lugar de edificação não é próximo a rios."
Sérgio Bezerra, Defesa Civil

Também fazem parte da lista de risco as regiões da Fercal e Vila Rabelo, em Sobradinho; e a Vila Cahuy, no Núcleo Bandeirante, e em Arniqueiras, Águas Claras. Há pontos perigosos, também, em Planaltina, Recanto das Emas, Paranoá, Riacho Fundo, Varjão e Samambaia. A lista com todas as áreas, entretanto, não foi divulgada para os jornalistas, apenas as cidades afetadas (veja lista ao final desta reportagem).

“O governo tem promovido ações para minimizar os riscos. Fazemos o trabalho de sujar os sapatos e suar a camisa para conscientizar as pessoas que moram nessas regiões”, explica Sérgio Bezerra. O governo reconhece a dificuldade de remoção das famílias de baixa renda nas áreas de risco. “São famílias carentes. Não dá para simplesmente tirá-los, tchau e vai embora”, explica Bruna Pinheiro, presidente da Agefis.

A remoção, segundo a agência, também é complicada. O motivo é a falta de dinheiro para derrubar as edificações. Um prédio de sete andares, por exemplo, custa R$ 500 mil para ser removido. “Não tem dinheiro”, argumenta Bruna.

“As pessoas invadem, ocupam sem regularização e, depois, a culpa é do governo. Cada um que foi para uma área dessa irregular sabia dos benefícios, ou pagou pouco ou nada, mas sabia também dos riscos. Aí, a culpa é do governo. Não tem escola aqui, não tem hospital aqui… Nas áreas planejadas, o governo tem, sim, a obrigação de fazer (as obras). Nas áreas não planejadas o custo é muito maior”, completa.

Atualmente, a Defesa Civil trabalha na atualização do mapeamento das áreas de risco do DF. Entre 2016 e 2019, será refeito todo o trabalho do último estudo, divulgado em 2015. O mapeamento compreende 25% de todo o DF. “Não é que esquecemos os outros 75%”, pondera Bezerra.

Além das áreas de risco, o Defesa Civil destacou a existência de áreas de vulnerabilidade, como, por exemplo, as tesourinhas da Asa Norte, que inundam com qualquer chuva mais forte. Segundo Bezerra, a diferença está no grau de dificuldade de recuperação do local após um desastre natural.

As tesourinhas são consideradas pontos de vulnerabilidade porque, após o alagamento, dentro de 10 a 15 minutos, a água começa a escoar.

As 18 regiões administrativas com áreas de risco no DF são:

  • Águas Claras
  • Ceilândia
  • Estrutural
  • Fercal
  • Itapoã
  • Núcleo Bandeirante
  • Paranoá
  • Planaltina
  • Recanto das Emas
  • Riacho Fundo I
  • Samambaia
  • Santa Maria
  • São Sebastião
  • Setor de Indústria e Abastecimento (SIA)
  • Sobradinho II
  • Taguatinga
  • Varjão
  • Vicente Pires

Fonte - Metrópoles

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